Vereador em primeiro mandato pelo PSDB, Márcio Dal Cin é cadeirante desde os 33 anos de idade. E sente na pele os gargalos que dizem respeito à mobilidade urbana no município. Nesta quarta-feira, 21, em entrevista à Rádio A Hora 102,9, ele lamenta a forma como o tema “acessibilidade” é tratado no município.
“Da minha parte, tenho muita tristeza da forma como o Executivo e a própria Câmara tratam isso. Tinha expectativa de que, quando conversássemos sobre o assunto, se tivesse um pouco mais de atenção e se aprendesse com as coisas erradas feitas no passado. Obras de infraestrutura, consertos, manutenções de vias públicas e faixas elevadas continuam sendo feitas de maneira errada”, salienta.
Questionado sobre o Plano de Mobilidade Urbana, que deve ser entregue pelo governo à Câmara ainda este mês, Dal Cin disse que teve acesso a alguns dados que o documento terá, que foram mostrados em audiência pública no ano passado.
Dal Cin também destaca a conquista de uma emenda parlamentar de R$ 200 mil, viabilizada pelo deputado Daniel Trzeciak, para a construção de mil rampas na cidade, e diz que já fez contato com o secretário de Planejamento e Urbanismo, Giancarlo Bervian.
“Ele quer fazer as coisas da maneira certa, mesmo tendo um turbilhão de situações para resolver. Na próxima terça-feira vamos verificar in loco em algumas ruas de que forma vamos fazer para que as futuras rampas estejam dentro da legislação”, comenta o vereador.
Prioridades
Conforme Dal Cin, no estudo feito pela empresa ImTraff que ajudou na elaboração do Plano de Mobilidade Urbana, uma pesquisa com a população indicou que o segundo modo de transporte que deve ter maior atenção é o de calçadas e acessibilidade, atrás apenas do transporte coletivo de passageiros.
“Infelizmente estamos indo no inverso disso. As coisas sempre são feitas privilegiando o automóvel. Falo das rampas da Júlio de Castilhos há três anos, quando estive na Ouvidoria. Não foi feita uma manutenção neste período. Isso me deixa muito triste”.
“A rampa já era ruim e agora inviabilizou”
Dal Cin também reclamou de uma elevada e uma rampa de acesso feitas após o recapeamento asfáltico da rua José Schmatz, na esquina com a rua Carlos Jacob Kielling, no bairro Florestal. “Fomos verificar e elas foram feitas de forma inadequada. A rampa de acesso já era ruim e agora inviabilizou de vez”, critica.
O vereador apresentou um projeto de lei que estabelece critérios para execução de obras, recapeamento asfáltico e reparação de pavimentos danificados, visando corrigir estes problemas. Porém, lamenta o descaso e lentidão na análise da matéria no legislativo.
“Um vereador da situação disse que estava em dúvida, o engenheiro veio para dar explicações e ele não fez uma pergunta. Depois, um outro, também da situação, pediu vistas e o projeto voltou sem nenhuma emenda. Fazem essas coisas apenas para atrasar”.
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