Volta da navegação depende de interesse empresarial, afirma CIC

Intervenção logística

Volta da navegação depende de interesse empresarial, afirma CIC

Dnit autoriza dragagem do Rio Taquari para viabilizar retomada do transporte hidroviário. Para CIC-VT, é preciso conhecer os potenciais clientes e acertar formato do serviço com governo de Estrela

Volta da navegação depende de interesse empresarial, afirma CIC
Primeiro passo da estratégia regional é retomar transporte pelo rio. Em um segundo momento, buscar reativar a ferrovia e integrar os diferentes modais (Foto: Filipe Faleiro)
Vale do Taquari

Mais de sete anos sem transporte de cargas pelo Rio Taquari, quase o mesmo tempo de interrupção da chegada de locomotivas em Estrela. Como resultado, o título de porto mais ocioso do país. Um projeto que foi marco do Regime Militar, como um dos primeiros entroncamentos hidro-rodo-ferroviário da nação, é alvo de um esforço regional para voltar à ativa.

Entre os movimentos para transformar o complexo em um entreposto logístico, a Câmara da Indústria e Comércio do Vale (CIC-VT) promoveu no fim da tarde de segunda-feira uma nova reunião para afinar a estratégia local.

“Nosso propósito é dar continuidade ao projeto de tornar o porto um terminal multimodal”, afirma o presidente da CIC-VT, Ivandro Rosa. De acordo com ele, as discussões acerca dessa temática haviam sido interrompidas entre outubro a dezembro, devido a eleição municipal.

Depois disso, com a contaminação por covid-19 do prefeito de Estrela, Elmar Schneider. “Agora retomamos os projetos. Tanto que vamos agendar uma reunião com o prefeito para apresentar nossos encaminhamentos e saber as estratégias do município para uso do porto”, diz Rosa.

Começo pela hidrovia

Na semana passada, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), garantiu investimento na dragagem no Rio Taquari. O serviço ocorrerá entre os municípios de Bom Retiro do Sul, Cruzeiro do Sul, Venâncio Aires, Taquari e General Câmara.

Conforme o presidente da CIC-VT, Ivandro Rosa, trata-se de uma contrapartida do governo federal. “Apesar da municipalização do complexo portuário, a hidrovia permanece sobre gestão e responsabilidade do Dnit.”
Com a dragagem, é possível reativar o canal de navegação para um calado de 2,5 metros, profundidade necessária para as embarcações. “Esse é um requisito básico para termos a volta do transporte de cargas pelo rio”, afirma.

O longo período sem manutenção na hidrovia, associada às últimas enchentes, em especial a de junho de 2020, interferiram muito sobre o canal. As intervenções no rio, ressalta Rosa, têm potencial de agilizar a reestruturação do modal hidroviário.

Ainda assim, o presidente da CIC-VT ressalta: “só vamos ter o retorno do transporte pelo rio se houver cargas. Por isso, estamos buscando informações das necessidades da região em termos de insumos e produtos, seja para chegada quanto para outras localidades.”

Em entrevista concedida ao programa A Hora Bom Dia, da Rádio A Hora, em 28 de janeiro deste ano, o senador Luís Carlos Heinze, declarou que a previsão para retomada das atividades no complexo portuário de Estrela é de dois anos.

O senador tem atuado como elo entre a região e o governo federal no assunto logística, com participação nos debates envolvendo o aproveitamento do posto. Na entrevista, destacou que há interesse de empresários de outras regiões para a volta dos serviços de modais alternativos.

Diagnóstico das regiões

Desde o segundo semestre do ano passado, o grupo de trabalho formado pela CIC-VT realiza a busca de empresas interessadas em utilizar o porto de Estrela. A ideia é fazer um diagnóstico com o potencial de cargas para transporte tanto do Vale do Taquari, quanto do Rio Pardo e da Serra.

Com esse documento, acredita o comitê local, é possível apresentar para investidores especializados neste tipo de operação. O material deve ficar pronto ainda neste ano, estima o presidente da CIC-VT, Ivandro Rosa.

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