Logística racional

Editorial

Logística racional

Logística racional
Vale do Taquari

Em um país continental, depender apenas das rodovias para escoar produções é um equívoco tão gigante quanto o Brasil. Escolhas políticas vindas desde o governo de Juscelino Kubitschek, o baixo investimento em ferrovias e hidrovias, além do lobby das grandes montadoras estão entre os motivos para esse cenário muito próximo do abandono.

Ainda que no centro-oeste e nos portos marítimos os últimos anos tenham sido de crescimento na movimentação de cargas, há espaço para melhor aproveitamento dos modais de transporte, em especial na navegação de águas internas e na oferta de mais ramais para locomotivas.

A conta da dependência rodoviária recai sobre o desenvolvimento. Junto com isso, há ainda todo o contexto de estadas precárias, de custos elevados dos combustíveis, dos pedágios, da falta de pistas duplicadas, da insegurança e dos acidentes.

Tanto que o Brasil tem um dos maiores impactos da logística sobre os negócios. Algo próximo dos 22% de tudo o que é produzido na nação. Esse cálculo evidencia mais do que prejuízos econômicos, mas também um atraso competitivo com reflexos nítidos sobre a geração de emprego e renda.

Em meio a este impacto, o Vale do Taquari une esforços para despertar tanto o interesse empresarial na busca de modais alternativos de transporte, bem como para encontrar investidores para o Porto de Estrela.

Um movimento importante, com participação do setor produtivo, de agentes públicos e de especialistas. Com um complexo instituído durante o Regime Militar para ser um marco logístico, é vexatório saber que em um dos pontos mais estratégicos da região está o porto mais ocioso do país.

Todo o potencial de unir BR-386, ferrovia e o Rio Taquari, deve ser um objetivo comum de todos os líderes regionais. Se trata de uma estratégia não só para os municípios desta região, mas para toda a economia regional.

Neste ambiente de imersão tecnológica, da inteligência para solucionar problemas históricos, racionalizar as operações de transporte é mais do que um dever, é uma necessidade. Para os caminhões, transporte em menores distâncias. Os trens, condições de atravessar estados e, pela hidrovia, um canal entre a produção local e a exportação. Essa é a receita. Simples de enumerar, mas complexa de praticar.

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