O primeiro trimestre do ano marcou o crescimento de dois indicadores criminais no Vale do Taquari, de acordo com dados disponibilizados pela Secretaria de Segurança Pública (SSP). Na contramão da queda em outros índices de violência, os latrocínios e estelionatos aumentaram de forma expressiva na região.
Entre janeiro e março deste ano, foram registrados três casos de latrocínio, confrontados com um caso em 2019 e outro caso em 2020. A delegada Shana Luft Hartz, titular da 19ª Delegacia de Polícia Regional do Interior, destaca que é um crime que atualmente está em uma crescente no âmbito estadual, não apenas no Vale do Taquari.
Shana caracteriza o latrocínio como um roubo mal sucedido, onde a intenção inicial não é atentar contra a vida da vítima. “É um crime que merece toda atenção. Temos que tentar controlar o delito do roubo, e assim conseguiremos reduzir o crime de latrocínio. Normalmente quem comete esse tipo de delito, nós costumamos associar a um determinado tipo de criminoso. Então, no momento que se descobre a autoria e consegue mantê-los presos, a tendência é a redução desse crime.”
Já os estelionatos na região aumentaram 82,3% no primeiro trimestre de 2021, na comparação com o mesmo período do ano passado. Foram 243 registros nos três primeiros meses de 2020, contra 443 neste ano. O total de casos deste ano representa 28% do total registrado no ano passado, onde foram contabilizados 1582 crimes do tipo.
“Nós associamos o aumento do estelionato a uma modulação da criminalidade aos tempos de pandemia. As pessoas estão menos na rua, não estão fazendo tantas compras presenciais, estão mais presentes na internet, no mundo virtual, e a criminalidade acompanha essa tendência. Então, o número de golpes, principalmente no âmbito virtual, vem crescendo de uma forma bem agressiva, tanto em âmbito regional e estadual, quanto em âmbito nacional”, explica a delegada.
Por outro lado, todos os demais índices caíram na região. Furtos e roubos, por exemplo, tiveram queda de 26%, considerando o comparativo entre os três primeiros meses de 2020 e 2021. Na avaliação da titular da 19ª Delegacia Regional, a queda nesses números também tem a ver com as mudanças de comportamento provocadas pela pandemia.
“Infelizmente nós temos criminosos que se alimentam da criminalidade. No momento que as pessoas não estão tanto na rua e não é possível praticar o roubo ou o furto, eles precisam manter o modo de vida.”