Um cenário já adverso gerado pela maior crise sanitária da história recente da humanidade ganha um agravante no Vale do Taquari. Cerca de 30 casos confirmados de dengue preocupam autoridades e mobilizam equipes epidemiológicas na tentativa de evitar novos contágios.
Assusta o alto número de pacientes confirmados com a doença. A situações mais preocupantes são em em duas cidades da região. Em Bom Retiro do Sul, são 29 pessoas infectadas e, pelo que tudo indica, tratam-se de casos autóctones. Ou seja, contraíram a dengue no próprio município. Lajeado tem quatro casos suspeitos.
Para se ter uma ideia, em 2020, foram apenas três casos em toda a região. O aumento é expressivo e exige atenção máxima por parte dos governos municipais, coordenadoria regional de saúde e, sobretudo, das comunidades.
É impressionante como mazelas antigas continuam fora de controle no país. Não é apenas o caso da dengue, mas também da febre amarela urbana e do sarampo, que voltam a ameaçar a sociedade.
Há cerca de dez anos, falar em dengue no RS era um tema despreocupante. No entanto, a falta de cuidados da população e a incompetência das autoridades nacionais e estaduais para barrar o avanço do mosquito vetor tornaram o perigo cada vez mais próximo.
É necessário um cuidado que vá além das campanhas de conscientização. O movimento tem de ser orgânico. Estar com as agentes de saúde. Estar no contato diário com a população. O assunto deve ser debatido de forma ampla e contínua.
O poder público, em todas as esferas, precisa fazer mais. É urgente, por exemplo, criar mecanismos para identificar de forma mais ágil os locais onde há risco de transmissão e combater o mosquito em áreas específicas.
Cabe ressaltar, no entanto, que essa não é uma luta só dos poderes públicos. É uma responsabilidade de toda a sociedade. E as precauções necessárias já são mais do que conhecidas.