Ato pede fim da suspensão das aulas presenciais no RS

Educação

Ato pede fim da suspensão das aulas presenciais no RS

Cerca de 200 pessoas participaram ontem de passeata que percorreu a rua Júlio de Castilhos. Na Justiça, Procuradoria Geral do Estado tenta reverter decisão do STF

Ato pede fim da suspensão das aulas presenciais no RS
Passeata no centro de Lajeado mobilizou mais de cem pessoas na quinta-feira à tarde (Foto: Ramiro Brites)
Lajeado

Centenas de pessoas tomaram a rua Júlio de Castilhos no fim da tarde de quinta-feira, 15. O ato pediu a retomada das aulas presenciais no Rio Grande do Sul. Estavam presentes pais, estudantes e profissionais da educação.

O movimento ocorreu em outros seis municípios gaúchos. Manifestantes de Bento Gonçalves, Caxias do Sul, Farroupilha, Capão da Canoa, Torres e Santa Maria também protestaram.

Conforme Renata Cristina Wais, uma das organizadoras do ato em Lajeado, o objetivo é demonstrar a mobilização dos gaúchos pela retomada das aulas. “É uma manifestação bem pacífica para mostrar que estamos no movimento de novo, no mesmo horário, em sintonia com outras cidades”, diz.

Ela é mãe de uma aluna do Colégio Evangélico Alberto Torres (CEAT) e conta que um grupo com mais de 600 pais de estudantes, de todo o estado, se organiza pelo aplicativo de mensagens Telegram.

A proprietária de escola de Educação Infantil Educatus, Zélia da Luz, também participou do protesto.

Conforme ela, o ponto primordial é a integração das crianças no ambiente escolar e a permanência no lar prejudica diversos aspectos do desenvolvimento.

“As crianças que estão em casa, estão estressadas, estão comendo errado porque estão nervosas. Elas não tem lugar para ficar, estão ficando com as cuidadoras que não tem os mesmos protocolos do que a escola”, relata Zélia.

Estado insiste no STF

Conforme a Procuradoria-Geral do Estado (PGE), não há novidades no processo e o Supremo Tribunal Federal (STF) mantém a liminar que prevê escolas fechadas enquanto vigorar a bandeira preta.
A PGE, porém, garante que vai insistir com os recursos na Suprema Corte.

Para o presidente do Sindicato do Ensino Privado (Sinepe/RS), Bruno Eizerik, é importante que a população demonstre descontentamento com a decisão. “Nosso judiciário tomou uma decisão totalmente descolada da realidade. O movimento dessa quinta demonstra qual o real desejo da população, que vê todos os serviços abertos e somente as escolas fechadas”, argumenta.

Eizerik afirma que ainda tem a expectativa da derrubada da liminar pelo STF.

Bandeira específica para educação

O presidente do Sinepe tem esperança ainda da superação da bandeira preta, no sistema de Distanciamento Controlado e propõe uma classificação alternativa para rede de ensino.

“Temos ainda a expectativa de uma bandeira vermelha que liberaria todas as turmas, da Educação Infantil ao Ensino Superior. Por fim, não podemos descartar a possibilidade do governo do estado criar uma nova bandeira para educação”, reivindica.

Mesmo com melhora nos índices, a bandeira vermelha não deve ser atribuída às regiões do RS nas próximas semanas devido a baixa disponibilidade de leitos nos hospitais gaúchos.

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