Débito que ameaça o plano de saúde de educadores da rede pública repercute no Legislativo. Uma reunião entre a direção do Sindicato Municipal dos Professores de Lajeado (SMPL) e o vereador Jones da Silva (MDB), o Vavá, ocorre às 13h30 desta quinta-feira, 15. O parlamentar quer entender como a dívida com a Unimed foi contraída pela entidade.
Caso as dúvidas não sejam sanadas, o vereador ameaça entrar com pedido de instauração de Comissão Parlamentar de Inquérito.“Vou no sindicato pedir transparência e as possibilidades de resolução. Se não for satisfatório, nós queremos abrir uma CPI”, afirma Vavá.
A dívida chegava a R$ 415,9 mil, porém, a cooperativa concedeu desconto de R$ 72,6 mil. O parlamentar quer encontrar o responsável pelo rombo. “Tem que ter um culpado, não se tem 415 mil de dívida sem ter um culpado”, argumenta Vavá.
A presidente do SMPL, Rita de Cássio Quadros da Rosa, diz que o intuito do encontro é buscar maiores esclarecimentos.
Internamente, a entidade investiga a questão. Uma auditoria levanta as contas pagas pelo sindicato desde 2013. “Eu acredito que tenha tido um problema sério de gestão”, avalia Rita.
Ela afirma que, na atual gestão, as finanças estão em dia, e os pagamentos à Unimed são antecipados. Parte do valor recebido em mensalidades será utilizado para amortizar a dívida.
A gestora anterior da entidade, Mara Goergen, não quis comentar o caso. A câmara aprovou, na terça-feira, 13, o adiantamento de R$ 343,3 mil para abater o débito com a cooperativa. O sindicato, assim, não recebe mais auxílio para saúde dos servidores até que o montante seja quitado.
Dúvidas sobre o projeto
Vereadores dizem ter aprovado o repasse para garantir que os professores não percam o plano de saúde. Mas o projeto ainda gera incertezas.
O texto substitutivo, votado nessa semana, afirma que o sindicato recebe R$ 8,6 mil para custear a saúde dos servidores. Na matéria original, o repasse seria de R$ 3,6 mil. “Na segunda-feira, quando a gente analisou o projeto nas comissões era diferente”, afirma Márcio Dal Cin (PSDB).
Conforme a secretária municipal de Administração, Elisangela Hoss de Souza, ao encaminhar o projeto foi considerada apenas a taxa ambulatorial, sem considerar os serviços hospitalares da Unimed. Uma mensagem retificativa havia sido enviada no dia 8, mas só foi protocolada na câmara no dia 13 de abril, mesma data da votação do projeto.
O governo subsidia R$ 27,5 do plano de saúde de cada servidor, valor que também deixará de ser pago até o abatimento da dívida.
“Nós entendemos por bem encaminhar o projeto de lei, porque nós queremos garantir que o servidor não perca o plano de saúde”, afirma Elisangela.
Agora, os professores municipais que tem plano de saúde terão de arcar integralmente com as despesas do plano.
Servidores inativos
A secretária explica que a parte do plano de saúde paga pelos professores é descontada em folha, o procedimento não é realizado para profissionais inativos.
O vereador Vavá especula que o rombo esteja relacionado aos valores pagos aos servidores aposentados. “Essa dívida deveria ser cobrada dos ativos e inativos”, supõe.
Elisangela vê uma auditoria do caso com tranquilidade. “Tem que ser investigado e tem que ser apurado. Não interfere aqui porque é um processo do sindicato”, afirma.
A antecipação dos valores do município será devolvida com atualização monetária, baseada na correção dos tributos municipais.
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