Sou um grande apreciador do futebol e da carreira de Neymar. Volta e meia preciso defendê-lo quando vejo falsas acusações ou constatações sobre o seu futebol. E aqui me atenho apenas ao que acontece dentro das quatro linhas. Fora é outro papo. As quartas de final da Champions League, onde o PSG eliminou o Bayern, deram mais uma prova do jogador absurdo que é o camisa 10.
Neymar causa antipatia de muitos devido ao seu “cai cai”. Este ponto foi muito debatido principalmente na Copa do Mundo de 2018. Pois bem, os números mostram que ele tem justificativa para isso. Na atual Champions League ele é o jogador que mais sofreu faltas. Uma média de 5 por partida. Por outro lado, ele não está nem entre os 100 atletas com mais minutagem. Um número que mostra a perseguição dos defensores com o brasileiro.
Outro ponto que gosto de debater é sobre uma velha discussão: Ronaldinho Gaúcho ou Neymar? Parece uma pergunta óbvia. Mas não é. Ronaldinho Gaúcho encantou uma geração, venceu uma Copa do Mundo e foi eleito duas vezes o melhor jogador do mundo. No entanto, Neymar é melhor do que R10.
Em números, a comparação nem justa é. Neymar tem mais gols, mais passes, mais títulos. E fez tudo isso em menos tempo que o Gaúcho. Pode-se discutir a plasticidade e arte entre os dois. Mas não a bola.
O auge de Ronaldinho o fez ser melhor do mundo. Mas jogador não é feito de duas, três ou quatro temporadas. É um todo. Um conjunto de qualidades, de efetividade, de utilidade, de ferramentas e talento.
O melhor Ronaldinho estava aberto na esquerda. O melhor Neymar se espalha no gramado. Faz a função na ponta, cai por dentro, pisa na área, é segundo atacante, ponta-de-lança. Um leque enorme de opções.
Ronaldinho foi campeão do mundo, da Champions, da Libertadores. Neymar pode não conquistar tudo e nem ser melhor do mundo. Mas tem mais bola. E ainda bons anos para buscar o que lhe falta.
PSG em busca da Europa
A Champions League nos brindou com um grande confronto nas quartas de final. Tanto no jogo da ida, quanto no da volta, PSG e Bayern de Munique apresentaram um futebol de excelência. Confesso que fico até triste ao ver estes jogos e compará-los com o futebol visto em nossas terras.
O Bayern era o grande favorito. Ganhador de tudo na última temporada, o time alemão sentiu a ausência do melhor jogador do mundo em 2020, Robert Lewandowski, e acabou batido. Do outro lado, o PSG mostrou uma maturidade poucas vezes antes vista na equipe francesa. Depois de eliminar o Barcelona nas oitavas de final, avança para a semi com gana de vencer a sua primeira orelhuda.
Veremos o que o restante da temporada apresenta. O PSG está novamente a três partidas de levantar a taça da Champions League.