As escolas fechadas e a necessidade dos pais em trabalhar. Um caso em Venâncio Aires levanta a questão, após uma mãe ser denunciada por deixar dois filhos, de 10 e 3 anos, sozinhos em casa.
Na manhã desta quinta-feira, 15, o promotor e especialista em direito na infância e juventude, Sérgio Diefenbach participou de entrevista no programa Frente e Verso, da Rádio A Hora 102.9, onde falou sobre o quadro grave vivido pelo Brasil, situação que não ocorre apenas devido à pandemia, mas que já é antiga.
“Esse drama da família brasileira, é um que normalmente pauta os movimentos econômicos e políticos. Quando se mostram situações, elas parecem ser mais distantes, mas elas são reais e estão se agravando porque estamos com zero atendimento das escolas e as famílias estão sem ter onde deixar às crianças”, comenta.
O promotor lembra que muitas famílias não possuem parentes nas cidades para deixar as crianças e, dessa forma, há desigualdade. Ao fazer referência sobre o caso de Venâncio Aires, comenta que a ação punitiva em relação aos pais deve ser a última. “Essa mãe precisa de ajuda e quem deve oferecer? O Estatuto da Criança e do Adolescente é claro quando traz o direito da criança e também que família, sociedade e estado devem garantir os direitos fundamentais. Direitos fundamentais que viemos lutando para todos os brasileiros pequenos que estão nascendo.”
Diefenbach enfatiza que, na maioria das vezes, em situações como essas em que as instituições são fechadas e os pais precisam trabalhar, os de renda mais baixa são os mais prejudicados.
Ouça a entrevista do promotor na íntegra