A formação da mão de obra de trabalho qualificada pode ser prejudicada devido à pandemia. Em entrevista ao programa Frente e Verso, da Rádio A Hora 102.9, o diretor de educação da Federasul, Fernando de Paula, a luta pela volta das escolas, principalmente, as profissionalizantes, de cursos livres, é fundamental para a formação de profissionais.
Conforme Paula, são cerca de duas mil escolas profissionalizantes no Rio Grande do Sul e 200 mil pessoas envolvidas, desde colaboradores até alunos. “Esse setor entrega para o mercado 120 mil profissionais ao ano e ele está parado desde fevereiro”, pontua.
Ele ressalta que sabe da importância da segurança de professores e alunos para a retomada das aulas em todos os níveis. “Mas as aulas dos cursos profissionais ocorrem uma vez na semana, com turmas de 15 alunos na faixa etária de 20 a 50 anos. Não temos crianças nas nossas escolas, então é totalmente seguro seguir as normas de distanciamento.”
Paula sugere que todas as atividades devem funcionar. “Comércio e atividades de lazer sendo controladas não oferecem risco a população e as escolas estão sendo prejudicadas”, diz. O fechamento das escolas devem gerar reflexos nos próximos seis meses, quando empresas não encontrarem mão de obra qualificada para atuar.
No caso das escolas profissionalizantes, acredita que é possível apenas o ensino teórico, mas a parte prática é possível ser feita apenas presencialmente. “Como um barbeiro vai aprender o ângulo da tesoura on-line?”, questiona.
O diretor ressalta que o governador Eduardo Leite poderia trocar as bandeiras para vermelha, o que permitiria o funcionamento dos espaços de educação. “Está faltando vontade política e visão de gestor.”
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