Dinheiro valendo menos

Editorial

Dinheiro valendo menos

Dinheiro valendo menos
Vale do Taquari

A inflação oficial do país já ultrapassou a meta prevista pelo governo. No acumulado de 12 meses, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), feito pelo IBGE, alcança 6,1%.

Ainda que a tabulação tenha peculiaridades, a associação entre salário e custo de vida recaí com mais ênfase sobre os gastos básicos. A alimentação e o transporte. A tabulação do IBGE abrange nove grupos, subdivididos entre cesta de produtos e serviços. Dentro destes, há uma análise ampla, partindo de quem ganha um até 40 salários, com gastos e necessidades diferentes.

Há muitas dúvidas por parte da população para entender esse indicador. Há quem questione a veracidade dessas informações, pois sente no dia a dia, quando vai ao mercado, ou quando enche o tanque do carro, que o dinheiro está valendo cada vez menos.

Há uma impressão de que na verdade a inflação está bem superior aos cálculos apresentados. Há como explicar melhor essas dúvidas a partir do impacto desses aumentos nas classes sociais. Quanto menor a renda, maior interferência das oscilações dos preços sobre o orçamento.

Entre a inflação oficial, o custo dos alimentos e as incertezas quanto à política de preços dos combustíveis, se sustenta a grande dúvida: a inflação está controlada? Como o cenário de pandemia alterou todas as projeções e fez com que planos de longo prazo precisassem ser revistos, a resposta hoje é: não. Tanto que a perspectiva de analistas é para novos aumentos nas tarifas de juros. Tudo para tentar conter o impacto da inflação.

Medida já feita nos anos de crise econômica, entre 2013 a 2015, e que não resolveu o problema. Houve impacto na inflação, mas devido à recessão econômica, a queda no consumo e a menor disponibilidade de crédito.

A inflação vai subir ainda mais nos próximos meses e cada vez o dinheiro valerá menos. A economia nacional se esvai pela incapacidade de controle da pandemia e pela busca de soluções com fórmulas ultrapassadas.

Situação difícil para o trabalhador e também às empresas, pois além das variações de humor da cotação do dólar, do aumento nos custos de operação e da própria sobrevivência dos negócios, há uma carga tributária que sufoca aqueles que produzem.

Na carteira de trabalho está um salário, mas para o empregador custa dois. Já foi dito aqui, e ainda não se avançou. Será que não passou da hora de medidas de desoneração da folha de pagamento para que haja mais dinheiro na mão do trabalhador.

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