O Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) aprovou os dois primeiros registros de patente da Universidade do Vale do Taquari (Univates), após cerca de seis anos de tramitação. Os dados, com o deferimento, foram publicados em uma revista do órgão, ligado ao Ministério da Economia.
A concessão das patentes contempla duas invenções: uma pomada para tratamento de úlceras de pacientes diabéticos e uma medicação para utilizada para tratar doenças gastrointestinais. As patentes terão um direito de propriedade de 20 anos. Após este período, passam a ser de domínio público.
Os pedidos foram encaminhados em 2015 e superaram a expectativa inicial de concessão da patente. “Nos últimos anos, houve uma força tarefa por parte da Inpi. Antes, se esperava uma demora de mais de dez anos”, explica a gerente do escritório de Relações com o Mercado e integrante do Núcleo de Inovação e Transferência de Tecnologia da Univates, Cristiani Reimers.
Ambas as patentes são relacionadas com a área da Saúde, mas surgiram em pesquisas de diferentes cursos: o Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia e o Programa de Pós-Graduação em Ambiente e Desenvolvimento.
Produção
O registro da patente é o sinal verde para a condução dos estudos clínicos, em escala mais ampla, com o objetivo de expandir o conhecimento sobre as propriedades das plantas, a possibilidade de produção e, até mesmo, de comercialização dos produtos. A Univates e os autores são titulares da patente.
“Enquanto instituição de ensino, não podemos produzir em escala industrial, pois não nos compete. Mas sabemos que há contatos com industrias farmacêuticas, farmácias de manipulação. Pode haver a transferência da tecnologia produzida para o setor produtivo”, comenta Cristiani.
Para o presidente da Fuvates e ex-reitor da Univates, Ney Lazzari, o registro das patentes é uma demonstração da qualidade e inovação do que é feito na universidade. “Essas patentes surgiram de demandas e problemas que empresas e empreendedores da região trouxeram como desafio para a Universidade. Isso demonstra também o alto grau de interação da pesquisa, especialmente a realizada no Tecnovates, com os desafios propostos pelo mercado”, afirma.