“Isso aqui virou um inferno”

Poeira, fumaça e lavouras em risco

“Isso aqui virou um inferno”

Comunidade busca soluções para trânsito na Linha Geralda. Desde o acidente da ponte sobre o Arroio Boa Vista, estrada Fridolino Wietholter é rota alternativa para veículos de carga. Moradores ameaçam recorrer à Justiça

“Isso aqui virou um inferno”
Caminhoneiros chegam a descer dos veículos enquanto aguardam trânsito. Moradora, Andréa Heberle relata tosse e dores de cabeça devido à poeira (Foto: Ramiro Brites)
Vale do Taquari

“Parece que estou morando no meio da BR-386”. Essa é a sensação de Andréa Heberle desde 13 de março, quando a rua da sua casa se tornou rota alternativa a rodovia federal. Por volta das 15h de ontem, ela contou uma fila de 47 caminhões em frente a sua casa, no caminho que liga a RSC-453 e a ERS-129.

Andrea faz parte de um grupo que busca soluções para o transtorno à estrada municipal Fridolino Wietholter.
Na quarta-feira, 7, seis moradores tiveram reunião com o vice-prefeito, João Schäfer, e o secretário municipal da Agricultura, Douglas Sulzbach.

A poeira levantada pelos veículos pesados infesta as casas e trás danos a saúde. Ares-condicionados e outros eletrodomésticos estragaram pois filtram o pó.

Morador da região, Edson Wietholter pede, entre outras demandas, maior fiscalização para passagem de caminhões muito pesados. “Nós estamos gritando socorro, pela falta de controle, pela falta de segurança. A colheita do milho está comprometida por causa disso. Se tivesse sido feito um planejamento, um acompanhamento, uma fiscalização efetiva muita coisa seria diferente”, lamenta.

A produção agrícola também é afetada, uma vez que as máquinas são impedidas de passar. “Isso aqui virou um inferno”.

Asfalto fresado

Desde terça-feira, 6, a Eurovias, contratada pela CCR Via Sul, instala asfalto fresado no local. A pavimentação, também conhecida como asfalto reciclado, pode ser aplicada apenas com a compactação do material.

O processo está acelerado e, em três dias, foram cerca de três quilômetros pavimentados. O processo, porém, não contempla a demanda do grupo que exige asfalto tradicional.

Wietholter teme os danos da aspiração dos fragmentos do novo pavimento.“O tráfego melhora, mas o pó que levanta é mais danoso para as pessoas”, comenta.

Conforme a comunidade, a atenção da CCR Via Sul só foi possível com pressão da administração municipal. A reportagem tentou contato com o governo municipal que não quis se manifestar.

Reivindicações chegam a Brasília

Edson Wietholter revela ainda que um militar nascido na região, Martin Wietholter, levou a situação ao Ministro da Infraestrutura Tarcísio Gomes de Freitas.

“O ministro se colocou à disposição para ter um olhar para comunidade em função do caos que está instaurado”, relata Edson.Conform

e ele, a comissão local ameaça acionar o Ministério Público.

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