A bolha do futebol na pandemia

Opinião

Caetano Pretto

Caetano Pretto

Jornalista

Colunista esportivo.

A bolha do futebol na pandemia

Vale do Taquari

A situação vivenciada pelo Grêmio esta semana no Equador era praticamente uma certeza desta Libertadores. O Brasil é hoje o epicentro da pandemia no mundo, e em meio à isso, seus times viajam pelo continente. Não tinha como dar certo.

O que prevalece hoje é a indefinição. O Tricolor estava no Equador e teve de viajar para o Paraguai, onde amanhã à noite enfrenta o Independiente del Valle. No fim, quem se deu mal com isto foi o próprio time equatoriano, que jogará fora de casa e terá de reagendar seu confronto do fim de semana pelo campeonato nacional.

O futebol vive praticamente um mundo paralelo quando falamos da pandemia. É um dos setores com maior índice de testes. E até por isso, ao mesmo tempo, uma das áreas com maior incidência de casos positivos, mesmo que poucos graves.

O que acontece é que de tempos em tempos a bolha do futebol brasileiro tem estourado. Foi assim no início do Campeonato Brasileiro de 2020, quando vários clubes tiveram surtos. Situação parecida com a de agora.

Até o momento foram seis casos positivos confirmados no Tricolor. A tendência é de que mais venham nos próximas dias, inclusive no Internacional.

Por fim, prevalece a determinação das confederações e federações. Por bem ou por mal, o futebol não irá parar.

Déficit histórico no Inter

As consequências da má gestão e da pandemia estão aí no Internacional. O clube fechou o ano de 2020 com o maior déficit de sua história: R$ 90 milhões.

A crise do coronavírus pesou muito neste caso, uma vez que o clube não teve uma das suas principais fontes de renda: a bilheteria. Mesmo assim, o valor também vem nas costas de erros administrativos e esportivos.

A gestão de Marcelo Medeiros não foi das melhores. Bem pelo contrário. Trouxe muitos jogadores questionáveis para Porto Alegre, quase sempre com salários altos. Só para ter noção, desde que assumiu, Alexandre Barcellos já diminuiu em R$ 2 milhões a folha de pagamentos do clube. É muito dinheiro.

Ontem o clube viveu uma quarta-feira negra. Demitiu 60 funcionários. Mas não deve parar por aí. Novos cortes devem e precisam ser feitos, inclusive no futebol. Hoje, no elenco colorado, não há espaço para jogadores como Danilo Fernandes, Rodinei, Rodrigo Lindoso, Marcos Guilherme e Abel Hernández. São casos e casos. Alguns não tem futebol para o Inter, outros são muito caros, e tem até o goleiro que não consegue se manter saudável.

Além disso, a crise financeira deve fazer o clube diminuir o seu ímpeto no mercado. O torcedor pode esquecer grandes contratações. Mais do que nunca a base deve ser usada para dar retorno dentro e fora de campo.

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