O limite entre a fé e fundamentalismo religioso foi tema da entrevista com o teólogo, palestrante e professor de filosofia, David Orling, que participou do programa A Hora Bom Dia, da Rádio A Hora 102.9, na manhã desta sexta-feira, 2 de abril.
Orling destacou a importância da religião, seja ela qual for, ser vista como algo para propagar o amor, e não o ódio. Como exemplo, ele cita o próprio Jesus Cristo.
“Jesus é um sujeito acima de tudo. Ele era perdoador, ele mexe com as tradições da época. Ele rompe, por exemplo, com algumas certezas que eram culturais. Ele vai contra posturas que são culturais, que estão presentes no ser humano: preconceito, acusação, violência. Ele perdoou a mulher adúltera, quando todos queriam a apedrejar. Ele se sentou com pessoas oprimidas, bandidos, com cobrador de imposto… Ele vai e transforma a vida com uma mensagem de amor, com seu jeito de ser”, observa Orling.
O teólogo ainda destacou a importância da sociedade atual desenvolver e praticar o amor incondicional.
“Existem cinco tipos de amor no grego. Um deles é o amor altruísta. Altruísmo significa fazer algo sem exigir reciprocidade. Ou seja, tu faz independente do outro te compensar ou restituir. Jesus inclusive fala: ‘o que a tua mão direita faz, que a esquerda não fique sabendo’. Não devemos dar ênfase, plateia, potencializar o fazer o bem… Isso deve ser feito como uma condição essencial humana”, comenta.
Ao finalizar a entrevista, Orling fez um pedido aos ouvintes e leitores, relacionado à Sexta-feira Santa e à tradição de não comer carne vermelha neste dia.
“Que vocês pensassem o seguinte: hoje, ao invés de pensar em cristo, vamos nos preocupar em vermos o que nós, deixamos morrer ao longo dessa semana santa, e que não deveria ter morrido. O amor, o perdão, a liberdade, o falar com o pai e a mãe, respeitar os amigos, reverenciar o ser humano. Pensar o que cada um de nós deixou morrer e o que precisa ressuscitar no coração no domingo. Tenho certeza que vale à pena, porque o amor sem medida vale à pena”, finaliza Orling
Ouça a entrevista na íntegra: