Por que escolheu falar sobre autismo em seu TCC?
Quando estava realizando estágio curricular no Cras de Teutônia, tive contato com a família de um menino autista, e isso despertou em mim a vontade de ajudar. Escolhi este tema porque procurava respostas e foram por meio delas que encontrei uma imensidão de amor e sonhos. A cada procura por autores e matérias sentia mais vontade de aprender, de fazer a diferença para pessoas que precisam de atenção e segurança social.
O que pôde concluir com a pesquisa?
A resposta que obtive foi que, como sociedade, não estamos preparados para abordar o autismo. Nosso Censo Demográfico IBGE não possui dados concretos sobre uma estatística que nos possibilite saber quantas crianças, adolescentes e adultos com autismo estão diagnosticados e obtendo acompanhamento de profissionais especializados.
Qual a contribuição que seu trabalho pode trazer para a área?
Mudar a realidade dos profissionais não cabe a uma única pessoa ou a um único trabalho. Acredito que o debate, a argumentação, a troca de experiências e conversa possibilitam aos assistentes sociais a visão de que o autismo é, hoje, uma questão da expressão social. Que estamos vivendo em uma sociedade que necessita de informação, acessibilidade e inovação. Somos todos responsáveis pela nossa democracia, por uma vida de qualidade e igualdade de gênero, econômica e social.
Por que é importante debater este tema na sociedade?
O autismo vem se tornando cada vez mais comum e a falta de informação tem se tornado um grande problema. Ao falarmos sobre o transtorno, muitos estereótipos e preconceitos ainda são comuns na sociedade e, geralmente, a situação é causada pela falta de conhecimento das pessoas. A inclusão requer saber a dimensão dos direitos do indivíduo com Transtorno do Espectro Autista. Em vista disso, tudo aquilo que é desconhecido causa medo e, como consequência, tem-se a dificuldade de inserir essas pessoas na sociedade, uma vez que a falta de informação leva ao preconceito e à discriminação.
De que forma pessoas que não convivem com autistas podem contribuir nas discussões?
Todos temos nossas subjetividades, ou seja, somos diferentes uns dos outros. Não tornando isso errado, e sim algo que faz parte da gente. Visto isso, podemos contribuir primeiramente sem julgamentos. Estar aberto a novas possibilidades, conhecimento e transmitir a nossa família, amigos e comunidade que o preconceito é falta de esclarecimento.