Dia para falar sobre a importância da conscientização do autismo

AUTISMO

Dia para falar sobre a importância da conscientização do autismo

Na região, ONG Azul como o céu atua uma como rede de suporte às famílias de autistas. Durante o mês de abril, está programada a realização de diversas atividades virtuais com especialistas. A primeira ocorre nesta sexta-feira, 2.

Dia para falar sobre a importância da conscientização do autismo
Dia Mundial de Conscientização do Autismo é celebrado nesta sexta-feira, 2
Vale do Taquari

Dia Mundial de Conscientização do Autismo. Nesta sexta-feira, 2, é dia de celebrar essa data. E uma entidade focada nessa causa, é a Azul como o céu. A ONG funciona como uma rede de suporte às famílias que convivem com pessoas autistas e surgiu a partir de uma demanda da comunidade do Vale, no ano de 2019.

O autismo, conforme explica a presidente da ONG, Ana Emília Carminatti Messer, não é uma doença, porque não se fala em cura.

“É uma modificação genética. A criança já nasce com esse gene modificado. Falamos que é um transtorno de neurodesenvolvimento. Por isso, uma criança autista pode apresentar traços desde o seu nascimento”, explica.

Porém também existe o autismo regressivo. Quando a criança tem cerca de dois anos de idade, ela começa a apresentar os primeiros traços. Porém ela já possuía o gene, apenas não apresentava as características. Por isso a importância de se ter um diagnóstico precoce para o início das terapias.

“Com as terapias com profissionais especializados, a criança começa a sair de um grau severo para um grau moderado ou leve. Por isso o autismo é considerado um espectro. É algo que muda. A criança pode estar em um grau elevado, mas com a terapia ela consegue independência, consegue aprender habilidades sociais que não conseguiria desenvolver sozinha”, comenta Ana Emília.

Traços do autismo regressivo

Ana Emília apresenta o exemplo do próprio filho. Até os quase dois anos de idade, ele apresentava desenvolvimento motor e cognitivo perfeito. Porém, quando chegou nessa idade, a mãe chamava ele pelo nome, e ele não olhava mais para ela como sinal de entendimento.

“Comecei a observar que ele nunca tinha dado tchau pras pessoas. Ele nunca apontou com o dedo indicador querendo alguma coisa… ele pegava na mão e me levava. Ele também tinha fascinação por ventilador, ficava um tempo olhando o aparelho rodar. Ele enfileirava carrinhos, sempre na mesma ordem”, conta.

De acordo com ela, nos casos de autismo regressivo, as características começam a surgir aos poucos e de maneira sutil. Em muitos casos, o estopim para as famílias se mobilizarem e procurarem atendimento médico é quanto a criança completa e não fala, ou falava e de uma hora para outra deixou de falar.

Outras comorbidades

Ana Emília explica que a criança com autismo também pode ter outras comorbidades, com por exemplo a deficiência intelectual.

“Em muitos casos existem ainda outras limitações. Por isso as crianças precisam de atendimentos com fonoaudiológica, terapeuta ocupacional, fisioterapeuta… é uma questão de vários profissionais trabalhando com uma única criança”, explica.

“Conhecimento, amor e paciência”

Mãe de uma criança autista, Ana Emília conta como é sua rotina diária nos cuidados com o pequeno. Na casa dela, toda a rotina precisa ser organizada de maneira antecipada. Todas as manhãs, ela mostra um painel com fotos para a criança.

“O autista tem uma potencialidade visual muito grande. Se ele vê uma vez, já começa a entender melhor. Por isso mostra para ele um quadro com imagens: um menino acordando, tomando café, escovando os dentes… Ou seja, passo a passo. Sempre vou antecipando o que vai acontecer. Porque se acontece algo inesperado, às vezes ele tem uma crise, começa a chorar”, conta Ana Emília.

Uma rotina trabalhada com muita paciência, já que o entendimento e a cabeça da pessoa autista funciona de uma maneira diferente, demorando um pouco mais para processar as informações.

“Se eu falo algo e vejo que ele não entendeu, tenho que dar um tempo pra ele entender”, finaliza.

Atividades virtuais

Para marcar a data, a ONG Azul como o céu realiza uma série de atividades virtuais durante o mês de abril. Confira a programação:

02/04

Comunicação e autismo na pandemia. Princípios do método SCERTS

19h – live

Juliana Balestro (fonoaudióloga)

 

09/04

Intervenção em pessoas com TEA: com enfoque na psicologia

19h – live

Tatiana Melo (psicóloga)

 

16/04

A importância da Educação Infantil no desenvolvimento das crianças com autismo

19h – Google Meet

Luciane Ribeiro (pedagoga)

 

20/04

O direito das pessoas com deficiência

20h – Google Meet

Marco Moresco (advogado)

 

23/04

Relação do intestino com o Transtorno do Espectro Autista

19h – Google Meet

Patricia Vogel (nutricionista)

 

30/04

Tenho um filho autista, e agora?

19h – Google Meet

Sérgio Kniphoff (pediatra, professor universitário e vereador)

 

Ouça a entrevista na íntegra:

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