O que o país menos precisa neste momento é de instabilidade política. Preocupam as tensões em torno dos últimos movimentos do governo federal, com trocas de ministros e dissolução da cúpula das Forças Armadas. O mínimo de harmonia interna, com os outros poderes e os entes federados é condição básica para que a nação consiga superar as atuais adversidades.
Com mais de 318 mil mortes em decorrência da covid-19, rede hospitalar em colapso e consecutivos recordes diários de óbitos, o país precisa de foco e unidade para reverter este quadro dramático. E a conjuntura crítica não se restringe à área da saúde. Inflação em alta, PIB em queda, desvalorização histórica do real, endividamento e descontrole dos gastos públicos.
Urge um plano de recuperação econômica, capaz de realinhar o país ao rumo do desenvolvimento. A perspectiva de retomada do auxílio emergencial a partir da próxima semana é um alento em meio à atual conjuntura. Da mesma forma, é positiva a intenção de reinstaurar o programa de proteção aos empregos. São medidas cruciais para evitar a tragédia socioeconômica que se avizinha.
É preciso ter clareza de que a fome, o desemprego e o empobrecimento da população são mazelas igualmente graves e que precisam ser tratadas com a devida seriedade e responsabilidade. Nesse aspecto, é necessário repensar as estratégias adotadas até agora em nível de estado, que parecem tentar resolver um problema gerando outros.
Em nível internacional, o país também precisa recuperar o respeito e o prestígio que outrora teve. De referência em estratégias vacinais, em meio à maior crise sanitária da história recente da humanidade, o país fica para trás. E enfrenta dificuldades nas relações diplomáticas, seja com as tradicionais potências capitalistas ocidentais, seja com os novos gigantes do Oriente.
Importante ressaltar, que, enquanto a vacinação não deslanchar no compasso adequado, as medidas restritivas voltarão a ser impostas aos setores produtivos. Por mais que a efetividade dessas ações seja questionável, é importante ter ciência de que a retomada da normalidade no campo econômico depende minimamente de um melhor controle sobre a situação pandêmica.
