Mais um mês de saldo positivo na empregabilidade do Vale. Os dados do Caged, apresentados ontem, indicam que fevereiro houve mais admissões para empregos formais do que demissões nos municípios da região. Números animadores, mas que não englobam o período das novas restrições impostas pela bandeira preta às atividades produtivas.
No RS, cerca de 30 mil postos de trabalho foram criados no mês passado. Resultado maior do que as perdas de todo 2020. No Vale do Taquari, após um dezembro com mais demissões, fevereiro consiste no segundo mês de saldo positivo, com mais de 1,3 mil postos criados.
Importante destacar, são dados de quem olha para o retrovisor. O momento era de otimismo, pois tanto o Estado quanto o Vale do Taquari tinham conseguido manter a estabilidade dos casos. Havia leitos sobrando e nenhum cidadão ficava sem atendimento nos hospitais.
Parecia que o pior da pandemia havia passado. Com essa sensação, houve campo para empreendimentos. As indústrias aumentavam as linhas de produção, o comércio via o retorno dos clientes e com bom faturamento.
Junto com isso, era o início da vacinação, o que tornava a esperança ainda mais latente. Todo aquele pesadelo do distanciamento, das restrições e do temor da bancarrota econômica seria superado neste ano de 2021.
Toda essa expectativa, no entanto, começou a ruir. Fevereiro trouxe uma nova variante da doença. Mais contagiosa e mais letal. Os hospitais chegaram ao temido colapso. Uma fila com mais de 500 gaúchos aguardam por leitos de UTI.
No campo econômico, as restrições voltaram e, desde então, comprometem milhares de negócios, especialmente nos setores de comércio, bares e restaurantes. As medidas impostas às atividades produtivas significam que os resultados do Caged vistos em janeiro e fevereiro tendem a não se repetir nos próximos meses.
A tendência é de um abismo na empregabilidade a partir de março. O que pode servir de alento em meio a essa conjuntura adversa é a promessa do governo federal de relançar em abril o programa de proteção aos empregos, hoje mais do que necessário para atenuar o colapso socioeconômico que se avizinha.
