Retorno de programa federal será apresentado em abril

Proteção ao emprego

Retorno de programa federal será apresentado em abril

Redução da jornada e suspensão de contratos foram medidas adotadas no ano passado. Ministério da Economia adapta nova proposta para as condições de custeio tanto de recursos públicos quanto do Fundo de Garantia dos trabalhadores. Previsão é que atinja 3 milhões de pessoas

Retorno de programa federal será apresentado em abril
(Foto: Arquivo A Hora)
Brasil

O avanço da pandemia e as consequentes paralisações de atividades comerciais fazem com que o governo federal confirme o retorno do Programa de Proteção ao Emprego. A alternativa foi adotada no ano passado e consiste na autorização para empresas reduzam jornadas de trabalho, salários, antecipe férias e suspenda contratos.

A estratégia do Ministério da Economia é renovar o programa por mais quatro meses. Um texto base foi entregue ao presidente Jair Bolsonaro e o documento final está em análise. Um dos pontos centrais do estudo é o modelo de custeio da iniciativa, pois a previsão é dividir o custo entre recursos da federação e do Fundo de Garantia dos trabalhadores.

Para o período em análise, é possível a edição de uma Medida Provisória (MP). Esse dispositivo garante que a regra entre em vigor sem precisar de votação no congresso nacional pelo prazo de 120 dias. Depois disso, caso seja avaliada a necessidade de continuidade, o governo federal precisa encaminhar um projeto de lei para manter o programa por mais tempo.

Presidente da Câmara da Indústria e Comércio da região (CIC-VT), Ivandro Rosa, destaca a preocupação da entidade com o avanço do desemprego. “Os empreendedores já fizeram tudo o que podiam. Anteciparam férias, usaram o banco de horas. Agora, a medida que resta para a sobrevivência dos negócios é reduzir a equipe.”

O retorno do programa de proteção ao emprego, diz, é a chance para os empresários manterem trabalhadores pelos próximos meses. Medida semelhante foi adotada no ano passado. No período, o governo liberou R$ 51,55 bilhões ao programa, sendo utilizados R$ 33,5 bilhões.

Custo de R$ 6,5 bilhões

Pelos estudos da equipe econômica, a permissão para cortes de jornada, de salários e suspensão de contratos teria um custo de R$ 5,8 bilhões até R$ 6,5 bilhões para o governo, responsável por pagar um benefício emergencial aos trabalhadores.

Esse cálculo é feito sobre a previsão de até 3 milhões de acordos firmados entre empregadores e funcionários. Os dados constam em nota técnica produzida pela Subsecretaria de Políticas Públicas de Trabalho do Ministério da Economia. No cenário-base haveria 1,16 milhão de acordos de suspensão de contrato e 1,69 milhão de acordos de redução de jornada e salário (total de 2,85 milhões).

Critérios

O governo federal quer que após o período do programa de redução de salário e jornada, possa haver a estabilidade do emprego pelo mesmo período de corte. O valor do seguro-desemprego pode variar de R$ 1,1 mil a um teto de R$ 1,9 mil, que é pago dependendo do tempo trabalhado, bem como de quantas vezes o trabalhador já solicitou o benefício.
A negociação do acordo também deve ser mantida entre trabalhador e empregador.

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