Reforço em pilar garante passagem em duas faixas a partir do dia 13

Ponte da 386

Reforço em pilar garante passagem em duas faixas a partir do dia 13

No eixo menos danificado pela explosão, concessionária avança na reforma da base. No sábado, diretor presidente da CCR Viasul visitou trecho entre Lajeado e Estrela. Empresa mantém previsão de seis meses para liberação total do tráfego

Reforço em pilar garante passagem em duas faixas a partir do dia 13
No sábado, comitê de emergência se reuniu para avaliar condição da ponte sobre arroio Boa Vista. Engenharia da CCR Viasul entrega no próximo fim de semana laudo com método de reconstrução do ponto mais danificado (Foto: Mateus Souza)
Vale do Taquari

A recuperação da ponte sobre o arroio Boa Vista, danificada após explosão de um caminhão-tanque, mobiliza a região e também as equipes da CCR Viasul. A concessionária responsável pelos pedágios na BR-386 projeta a liberação em duas faixas na pista sul, menos danificada pelo acidente do dia 13 de março.

Neste sábado, o diretor presidente da empresa, Fausto Camilotti, esteve no trecho para acompanhar as obras. Na ocasião, também se reuniu com representantes do comitê de emergência, formado por autoridades públicas, agentes das polícias rodoviárias Federal (PRF) e Estadual (PRE), e da Câmara da Indústria e Comércio da região (CIC-VT).

O grupo debateu a possibilidade de adaptações na sinalização do trecho, bem como melhorias nos desvios do local.

Conforme a CCR Viasul, serão adotadas medidas para garantir melhor fluidez do trânsito tanto sobre a ponte quanto nos desvios. A equipe técnica da concessionária estima finalizar até este fim de semana a análise dos danos no outro lado da ponte, no sentido norte, onde os pilares sofreram mais danos. Este estudo definirá que tipo de serviço deve ser feito na passagem.

Entrevista

“O Vale tem ligações com várias regiões, mas não com nós mesmos”

Daniel Pedro Auler – doutor em administração e especialista na cadeia de suprimentos
• Com trabalhos no campo da gestão de suprimentos, o doutor em administração, Daniel Pedro Auler, destaca as diversas ligações do Vale com outras regiões. Para ele, esse é um dos motivos de desenvolvimento econômico e social. Por outro lado, destaca que a infraestrutura viária atual é insuficiente.

• Como as restrições de tráfego interferem sobre a logística de suprimentos da região?
As restrições na circulação estão em três níveis. Primeiro na circulação das pessoas. Daqueles que moram em Estrela e trabalham em Lajeado, ou vice versa.

Outro aspecto é quanto aos insumos de indústrias. Que precisam receber esses itens todos os dias. Por exemplo, a indústria do leite. Temos a cooperativa Languiru, em Teutônia, com certeza a muitos caminhões levando esse produto para lá. E agora precisam fazer um caminho bem maior. Por Venâncio é mais de 70 quilômetros a mais. Há um grande impacto econômico nisso.

Por fim, é a parte de compras. Sem dúvida tem pessoas que transitam pelas pessoas para aquisições, negociações e entregas. Isso interfere sobre a conexão comercial entre as cidades.

• Qual sua avaliação sobre a infraestrutura viável atual? É suficiente para a demanda do Vale?
Não. Não é. Falta alternativa para ligar Lajeado e Estrela. Tiveram de fechar inclusive a ponte do Boa União, em Estrela, pois havia muito movimento. De fato, é difícil que os municípios tenham ligações para receber um fluxo tão intenso como o da BR-386.

É uma rodovia importante para a malha viária de todo o Estado. Imagina, um fluxo de oito carros por minuto. Agora esse trânsito está desviado, e vemos um aumento muito grande em outros trechos, como nas estaduais.
Enquanto região, precisamos, o quanto antes, ter outra opção. Me parece que agora com a CCR, com a concessão, há uma programação para isso. É preciso acelerar esses movimentos, pois a região fica a mercê de uma única passagem. O Vale tem ligações com várias regiões, mas não com nós mesmos, entre as nossas cidades.

• De que forma a logística interfere no desenvolvimento econômico e social de uma região?
A logística leva e trás riquezas. Não é só o valor monetário, de logística, mas tudo que envolve. É preciso ter oficinas mecânicas, postos de combustíveis, restaurantes. Há uma estrutura posta para essa logística. Isso, por si só, já trás desenvolvimento.

Aqui na região, há empresas de transportes, de logística. Lajeado está muito bem centralizada por ser uma ligação entre várias rodovias. É muito fácil sair para as regiões, ir para Santa Cruz, Passo Fundo, ir para a Serra, para a capital. Isso ocasiona desenvolvimento social e econômico.

Empresas grandes, como BRF, não escolhem a região por acaso. Não é à toa, mas por essas condições, tanto para receber os insumos quanto para distribuir os produtos. Todo esse conjunto de fatores interfere na escolha dos investidores.

Detalhes da reforma

Pista sul (sentido interior\capital)

Menos atingido pela explosão, o ponto teve o reforço no pilar finalizado. Agora a equipe trabalha em melhorias na travessa e no tabuleiro da ponte. Pela previsão, dia 13 de abril será possível liberar o tráfego nos dois sentidos.

O peso será limitado para veículos leves, de passeio e comerciais. Até a data, caminhões que trafegam no sentido capital\interior precisam seguir o desvio pela ERS-287.

Pista Norte (sentido capital\interior)

Ponto da explosão, com danos estruturais em diversos pontos. Em princípio, os estudos de engenharia avaliam qual o método mais eficaz para recuperação da passagem no menor tempo possível. A estimativa de conclusão desta análise é até o fim desta semana. O trânsito segue interrompido.

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