Cerca de 70 pessoas, entre empresários, funcionários e familiares, participaram, nesta manhã, de um protesto contra as restrições nos horários de funcionamento de bares, restaurantes e lanchonetes em Lajeado.
A manifestação, convocada pelo Sindicato dos Hotéis, Motéis, Bares e Restaurantes do Vale do Taquari (Sindavat) iniciou por volta das 9h20min, com o grupo saindo da Praça da Matriz, no Centro.
Com faixas, cartazes e panelaços, os manifestantes seguiram pela Júlio de Castilhos. Devido ao bloqueio da via, desceram até a Bento Gonçalves, onde se deslocaram em direção ao Posto Faleiro. Também passaram pela avenida Benjamin Constant. Lá, representantes do setor se manifestaram.
O presidente do Sindavat, Paulo Roberto Schöller considerou a adesão ao protesto como positiva, mas lamentou a interrupção do trânsito na Júlio de Castilhos. Segundo ele, a entidade representa 411 estabelecimentos, a grande maioria formada por bares, restaurantes e similares.
“Não tem caixa que aguente”
Proprietário de um sushi-bar no bairro Hidráulica, Julian Barth diz que consegue manter o funcionamento da empresa e garantir os salários dos funcionários graças aos serviços de delivery. Mesmo assim, considera que a situação está insustentável.
“Sofremos bastante no ano passado. Fiquei 92 dias fechado. Agora já foram 30 dias neste ano. Assim não tem como sustentar. Não há caixa que aguente”, observa.
Acompanhado da esposa e filhos na manifestação, Barth diz não entender porque o setor não pode funcionar mesmo respeitando todos os protocolos sanitários. “Ninguém aqui vai lotar restaurante. Só queremos aliviar as contas. E, com essa carga tributária alta, não tem como aguentar”, reclama.
Auxílio ao setor
Nessa sexta-feira, 26, o governo do Estado anunciou a criação de um auxílio emergencial de R$ 130 milhões para contemplar os setores mais afetados pela pandemia, como os de alojamento e alimentação. Para as empresas do ramo, serão liberadas duas parcelas de R$ 1 mil.
Schöller afirmou que “todo valor é bem vindo”, mas ressalta que a luta do setor não é por recursos, e sim para maior flexibilização no funcionamento. Já Barth considera insuficiente o socorro financeiro. “É delicado dar R$ 2 mil para quem tem 32 funcionários”.