Como surgiu o gosto pela literatura?
A gente sempre precisa ter um espelho. Se o espelho não vem de casa, no ambiente de trabalho você também pode ser um espelho para muitas pessoas. Para mim, veio da família. Eu tenho lembranças da minha infância. Meu pai era agropecuarista e tinha uma atividade intensa todo dia. Mas ele tinha uma hora, no início da tarde, depois do almoço, ele deitava para ler o jornal. Como eu tinha um carinho por ele, deitava perto dele, ele me fazia um carinho e continuava lendo. Naquele gesto, tinha amor, a leitura e o conhecimento.
Outro momento da minha infância, era quando íamos visitar uma tia muito próxima. O meu primo mais novo, filho dela, tinha um baú enorme cheio de revistas em quadrinhos. E aquilo era a relíquia dele. Eu e uma irmã mais próxima de mim, porque eramos as mais novas, ficávamos conversando, lendo as revistinhas, e eu com uma vontade de saber ler, pegava as revistinhas para fazer a leitura das figuras.
Outra questão que tem muito a ver com a leitura na minha vida. Eu fui professora da minha filha do meio. Um dia ela me disse: “Mãe, para e me ouve”. Com 6 anos, ela tava me lendo um livrinho todo de literatura. Esses três momentos marcaram na minha vida na minha vida.
Como veio a inspiração para a história do primeiro livro?
Esse lado literário infantil está em mim. Eu estava em sala de aula e a história me veio na cabeça, contei a história, eles adoraram. Guardei no pensamento, cheguei em casa à noite e digitei e organizei. Voltei na outra semana, e eles pediram para contar a história de amor do alfabeto, atendi o pedido e eles adoraram. Dessa vez, trabalhei as letrinhas.
Aquilo ficou no meu pensamento. Eu vi eles felizes e pensei que seria um belo livrinho: acessível, dinâmico, que desperta gosto pela leitura e pelos valores da vida. No meu trabalho de literatura infantil, as crianças da escola são meu termômetro.
Qual o objetivo do livro?
O livrinho é lindo. As crianças vão pintar, vão poder ler e vão entender que no seu ser único temos a importância no todo. Assim as letrinhas demonstraram que ninguém é mais do que ninguém. Todos juntos, somos muito importantes e podemos fazer um mundo melhor. Sempre há o que melhorar, ainda mais agora. Eu pensei em uma produção independente porque é um projeto de vida que eu quero. Junta todos os valores.
Pensa em escrever outros livros?
Eu tenho outro livro no pensamento. Ele fala sobre a proteção da vida do mar. É um tema que eu gosto demais: praia, sol e mar.
Eu penso que é uma forma que a gente tem de melhorar a vida. Se estamos com essa pandemia hoje, com certeza, não está sendo fácil para ninguém, mas ela nos remete a repensar o nosso jeito de viver. De olhar e de focar a vida.
Nosso maior patrimônio é a nossa vida. Nós precisamos aprender a valorizar ela. E no momento que nós fazemos isso para nós, já repassa automaticamente para os outros. As tuas escolhas vão te fazer um ser grato, feliz e realizado.