Depois de três semanas proibidos de atender os clientes de maneira presencial, bares e restaurantes voltaram a abrir suas portas. Mas proprietários de estabelecimentos do ramo ainda consideram as restrições muito rígidas e sem a possibilidade de recuperação da classe.
“Nós questionamos: se é possível servir o prato à mesa ao meio-dia, porque não é possível servir o mesmo prato à noite? Quem almoça também pode jantar. O vírus não escolhe horário… Ou seja, o que aumenta a proliferação não é o horário, mas sim a aglomeração”, argumentam o vice-presidente do Sindicato de Hotéis, Motéis, Restaurantes e Bares do Vale do Taquari (Sindavat), Paulo Roberto Schöller, e o empresário Wagner Kober.
Reivindicações
Na segunda-feira, 22, um encontro com representantes do setor contou com a presença do prefeito Marcelo Caumo. Na oportunidade, os proprietários de estabelecimentos apresentaram algumas de suas reivindicações. Entre elas, a possibilidade de estender o horário de funcionamento presencial, que hoje é até às 18h, com entrada de clientes até às 17h.
“O resultado não foi nada satisfatório. Infelizmente estamos tendo uma fuga de responsabilidade. Nós queremos trabalhar, estamos pagando impostos. Eu vim de uma situação em que tinha 17 funcionários e fiquei com apenas cinco. Eu tive que demitir porque eu não tinha dinheiro para pagar a folha, a rescisão de trabalho… Não existe matemática que feche no final do mês”, comentam.
“Se põe comida na mesa, é essencial”
Cerca de 25 estabelecimentos do ramo da alimentação de Lajeado colocaram nas suas fachadas uma faixa em protesto às restrições. A frase “se põe comida na mesa, é essencial” expõe a indignação dos profissionais do setor e a reivindicação de retomada das atividades com restrições menos rígidas, a fim de garantir o sustento tanto dos próprios negócios, quanto da questão financeira das famílias.
Take away e tele-entrega
Desde o início da pandemia, outras maneiras de entregar os alimentos para os consumidores foram adotadas pelos estabelecimentos. Entre elas, o take away (pegue e leve). Além disso, a tele-entrega também ganhou mais força. Porém, de acordo com os profissionais, esses formatos correspondem a apenas 5% do faturamento viável em alguns restaurantes.
“A maioria dos estabelecimentos da região não nasceu com essa essência, com o viés do take away. Eles não têm estrutura. E isso não tem como mudar, muito menos em um momento como esse em que estamos com menos capacidade de investir para desenvolver essa estrutura”, justificam Schöller e Kober.
O que os proprietários de bares e restaurantes pedem:
- Recepção do cliente na porta para exigir uso de máscara. Caso o cliente não tenha, o estabelecimento deverá fornecer a mesma.
- Distanciamento entre mesas.
- Capacidade entre 25% e 50% de lotação.
- Funcionamento cozinha e copa até às 22h e fechamento dos estabelecimentos às 23h.
- Compromisso de que, se algum estabelecimento for fiscalizado, que os demais vão até o local para apoiar e pressionar os órgãos envolvidos.
LEIA MAIS: “Tive que demitir porque não tinha dinheiro para pagar a folha”