O ano de 2021 ainda não fechou três meses completos. Mas já é o período mais letal da pandemia em Lajeado, superando 2020 em número de óbitos por covid-19. O mês de março impulsiona estes números, respondendo por quase 75% das mortes do ano, segundo dados disponibilizados pela Vigilância Epidemiológica do município.
Conforme a última atualização do boletim epidemiológico, Lajeado registra 74 mortes em decorrência da doença desde o primeiro dia do ano. Em 2020, com nove meses de pandemia, 60 pacientes perderam a vida na luta contra o vírus.
A alta no número de óbitos ocorre paralelamente ao pior período da pandemia não somente em Lajeado. Tanto o Rio Grande do Sul quanto o Brasil registraram, recentemente, recordes negativos em março. Além disso, o sistema de saúde vive um colapso, com UTIs superlotadas nos hospitais e profissionais sobrecarregados.
Mês mais fatal
Março ainda tem mais oito dias pela frente. Mas já é, disparado, o período mais letal da pandemia em Lajeado. Com registros quase diários – apenas dois dias não tiveram mortes -, o mês já soma 55 óbitos de pacientes por covid-19.
Até então, maio de 2020 havia sido o mês com mais mortes: 14. Naquele momento, Lajeado enfrentava a primeira onda da doença, com surtos em frigoríficos e casas geriátricas. Na ocasião, o Vale do Taquari chegou a ser a única região classificada como risco alto para contágio (bandeira vermelha) no modelo de distanciamento controlado.
Já os meses de junho, julho, setembro e outubro foram os de menor número de óbitos por covid: quatro, cada um. A primeira vítima da doença em Lajeado, um homem de 37 anos, faleceu em 23 de abril.
“Disseminação muito rápida”
O secretário municipal de Saúde, Cláudio Klein, entende que o disparo no número de contágios tem relação direta com o aumento dos óbitos por covid, mas projeta uma queda nas contaminações, já que a procura por atendimento caiu nos últimos dias.
“Sem dúvidas a disseminação muito rápida pegou mais gente em menor espaço de tempo. Aí, repercute na internações e, infelizmente, nos óbitos. E dá para ver que essa nova cepa também é bem mais agressiva. Certamente é por isso que tivemos tanta gente infectada”, avalia.
Segundo Klein, a procura por atendimento de pacientes com covid ou suspeita da doença caiu cerca de 70% em relação aos dias de maior demanda.
“Ficamos três semanas com tudo fechado. Na primeira semana, os números se mantiveram estáveis. Já na seguinte, notamos números menores. E na última, foi uma queda mais acentuada. Em relação ao comércio, a partir de agora, vamos buscar dados que indiquem de forma mais precoce qualquer situação de piora, monitorando a circulação do vírus”, explica.