O secretário estadual dos Transportes, Juvir Costella, confirmou para prefeitos do Vale do Taquari a determinação em repassar a tarefa para o Daer elaborar um estudo de viabilidade para construção de uma nova ponte sobre o Rio Taquari.
A afirmação ocorreu no fim da tarde de ontem, durante reunião. Participaram os prefeitos de Colinas, Sandro Herrmann, de Imigrantes, Germano Stevens, de Santa Clara do Sul, Paulo Kohlrausch e o vice-prefeito em exercício de Estrela, João Carlos Schäfer. Por parte do Estado, além de Costella, também estava o secretário da Casa Civil, Artur Lemos, e o chefe de gabinete Jonatan Bronstrup, além do deputado federal Lucas Redecker.
No encontro, três assuntos foram discutidos. O primeiro sobre a participação da CCR e do governo do Estado para a manutenção de vias secundárias municipais e das rodovias estaduais 129, 287 e 453.
Outro tema foi o tempo previsto para o conserto da ponte sobre o arroio Boa Vista, na BR-386, danificado após acidente do dia 13 de março, em que um caminhão carregado de combustível explodiu. Pela estimativa da CCR Viasul, seria necessário entre quatro a seis meses de recuperação para o tráfego ser liberado.
Por fim, as autoridades públicas da região questionaram sobre a possibilidade de uma nova ponte sobre o Rio Taquari.
Mais um dia de engarrafamentos
Ontem a concessionária dos pedágios na BR-386 liberou o tráfego em meia pista na ponte danificada. Apesar disso, houve interrupções por diversos momentos. Nos horários de pico, o engarrafamento trouxe uma demora de até 40 minutos só no trecho entre Lajeado e Estrela.
Na semana passada, o setor de engenharia da CCR Viasul indicaram que seriam necessários seis meses para a reconstrução da passagem. “Ontem já ouvimos que pode ser entre quatro a seis meses. Mas queremos um prazo menor”, afirma o presidente da Associação dos Municípios do Vale do Taquari (Amvat) e prefeito de Santa Clara, Paulo Kohlrausch.
Os representantes do Estado se comprometeram em agendar uma reunião com a equipe da CCR Viasul e solicitar agilidade para resolução dos problemas estruturais da ponte.
A empresa afirma que instituiu um comitê de crise envolvendo especialistas em obras de arte (pontes e viadutos), com o objetivo de identificar a solução de engenharia mais eficaz e célere.
Articulação regional
Em nove dias do acidente, somam-se prejuízos para empresas locais, para motoristas profissionais e para os próprios habitantes. Como forma de auxiliar na busca de soluções, organizações representativas do setor privado e gestores municipais articulam estratégias para a construção de novas ligações sobre o Rio Taquari.
Antes da reunião com integrantes do governo do Estado, a Câmara da Indústria, Comércio e Serviços da região (CIC_VT), reuniu prefeitos para ouvir propostas e lançar uma campanha para construção de uma segunda ponte na região.
Os prefeitos sugeriram três possibilidades. A interligação da RSC-453 por Cruzeiro do Sul até a Trans Santa Rita, em Estrela. Uma ponte ao lado do porto, próxima da já existente entre Lajeado e Estrela. Por fim, uma interligação entre Arroio do Meio, no bairro São Caetano e Colinas.
Assembleia regional
Após a reunião entre região e secretários estaduais, foi agendado para o dia 8 de abril, as 14h, uma assembleia online da Amvat. O secretário Juvir Costella confirmou participação no encontro, que terá como tema central os investimentos em estradas e os projetos de infraestrutura de transporte para o Vale do Taquari.
“Ainda não falamos em pontes. O que temos de ver agora é um estudo de viabilidade”
• A reivindicação regional por uma nova ponte sobre o Rio Taquari ganhou força após o acidente. Tanto que há diversos movimentos locais pedindo para que esse projeto avance. Em que passo está essa demanda? Existe condições de uma nova ligação entre Lajeado e Estrela?
Secretário estadual de Logística e Transportes, Juvir Costella – Ainda não falamos em pontes. Nem mesmo no local onde possam ser construídas. O que temos de ver agora é um estudo de viabilidade. É isso que vai nos indicar quais os pontos mais indicados para isso. Iniciamos essa análise, por meio do Daer. Depois disso começam outras etapas. O projeto em si, de arquitetura e depois a busca por recursos para a obra. Entendemos a reivindicação, estamos acompanhando tudo o que ocorre no Vale, mas temos de cumprir cada etapa.
• De que maneira o Estado pode contribuir para reduzir os transtornos causados pela interrupção no trânsito no Vale do Taquari?
Nosso trabalho neste momento é garantir que as rodovias estaduais que servem de desvio estejam em boas condições de tráfego. Encaminhamos essa orientação tanto para o Daer quanto à EGR. É preciso direcionar consertos para as RS-453, 287 e 129. Esse é o primeiro movimento.
Em seguida, junto com os prefeitos, vamos buscar convênios entre os municípios e Daer para manutenções nas vias urbanas das cidades. Muitas estão tendo os pavimentos prejudicados devido ao aumento no fluxo de caminhões pesados.
Outra frente de atuação é no contato constante com a CCR Viasul. Vamos conversar para que a empresa também possa contribuir com os trabalhos para os municípios, além de reduzir o tempo de conserto da ponte danificada.