Jornalismo e fotografia andam juntas. Mas por que resolveu escolher apenas a foto?
Andam juntas mesmo. Teve uma época em que eu sentia um chamado por trabalhar com fotojornalismo, mas os planos foram mudando. Me estabeleci trabalhando como fotógrafa e sempre fui muito feliz com essa escolha. Fotografia é uma profissão extremamente gratificante e que permite circular por muitos lugares, conhecer muitas pessoas e principalmente suas histórias, isso me encanta e não poderia ser mais realizada em outra profissão.
A fotografia é memória. Qual o sentimento de ter essa missão com a câmera na mão?
Muita responsabilidade. Quando iniciei na fotografia, tive um chefe que era fotógrafo a quase 40 anos e ele sempre falava muito sobre manter a realidade nas fotos. As pessoas não podiam estar com tom de pele diferente do que elas têm. Levei isso para a vida. Sempre trabalhei com a responsabilidade de fazer fotos atemporais, acredito que essa seja a chave do sucesso nesse ramo. A fotografia não é somente para o hoje, ela é principalmente para o futuro, para as próximas gerações entenderem nossa cultura e nossa história.
Diante das constantes evoluções que vivemos, quais os desafios de manter a fotografia viva e cada dia mais atual?
Acredito que a fotografia resista à todas as evoluções da sociedade. As pessoas têm o desejo de cada vez mais deixar tudo registrado, ainda mais no tempo em que vivemos, de pandemia. É visível o crescimento de certos nichos da fotografia durante esse período. Como já disse, acredito que cada vez mais tenha espaço uma fotografia real e espontânea.
O que tenta transmitir nas tuas fotos no momento que faz?
Quando estou fotografando um evento, como um casamento, por exemplo, procuro me concentrar totalmente, entrar na história mesmo. Quando fotografo uma sessão de fotos, procuro deixar o cliente à vontade. Desta forma consigo registrar o melhor das pessoas, elas sempre me dizem que nem me viram e essa é a ideia, se tornar invisível para que a fotografia seja totalmente real e não ensaiada.
Espontânea ou pousada. Qual das duas e por quê?
As duas. Antigamente o fotógrafo voltava do evento com apenas as fotos de pose, isso porque não havia possibilidade de se fazerem muitos registros, visto que a fotografia era analógica. Hoje, com as câmeras digitais é possível fazer muitas fotos e com isso surge a possibilidade de acompanhar também a história do evento, fotografando além dos momentos de pose. Mas acredito que mesmo assim as fotos posadas sejam importantes, por isso me dedico de forma igual nas duas formas.