O acidente de sábado sobre a ponte do Arroio Boa Vista, na BR-386, em Estrela, confirma a deficiência na infraestrutura rodoviária do Vale. Com a interrupção no fluxo entre as duas maiores cidades do Vale, faltam alternativas de deslocamento e se comprova o risco de ser dependente de uma única ligação por terra.
Em menos de uma semana, somam-se prejuízos para empresas locais, para motoristas profissionais e para os próprios habitantes. Engarrafamentos diários e muitos transtornos no deslocamento.
Como forma de corrigir essa distorção no planejamento regional, organizações representativas do setor privado e gestores municipais articulam estratégias para a construção de novas ligações sobre o Rio Taquari.
O movimento neste sentido começou nesta segunda-feira, com reunião entre integrantes da Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Acil) com o prefeito Marcelo Caumo. Um novo capítulo ocorreu na noite de ontem, em conferência virtual promovida pela Câmara da Indústria e Comércio da região (CIC-VT).
O presidente da Associação dos Municípios do Vale do Taquari (Amvat), e prefeito de Santa Clara do Sul, Paulo Kohlrausch, frisa que o intuito dessa conjunção de esforços é criar a estratégia regional em termos da elaboração dos projetos de viabilidade, além de estabelecer quais as medidas necessárias para o custeio de uma futura obra.
Na próxima segunda-feira, dia 22, o representante dos prefeitos do Vale terá uma reunião com a Casa Civil e com a Secretaria Estadual de Transportes do governo do Estado.
Volta da cogestão
As temáticas sobre infraestrutura rodoviária e uma nova ponte entre Lajeado e Estrela foram alguns dos assuntos tratados pelo Comitê de Entidades do Vale na reunião da noite de ontem. Outra preocupação debatida foi com relação aos impactos das três semanas de comércio dito não essencial fechado.
Há uma expectativa de que na próxima segunda-feira, dia 22, haja mudanças no decreto, com o retorno da cogestão, formato em que prefeitos e regiões têm mais autonomia para decidir sobre os protocolos de distanciamento social.
Uma reunião entre o governador Eduardo Leite, Federação das Associações dos Municípios do RS (Famurs) e os prefeitos representantes das localidades gaúchas, está marcada para hoje. Em seguida, ocorre a apresentação do mapa do distanciamento.
O chefe do Piratini já antecipou que os indicadores de contágio, óbitos e ocupação hospitalar seguem elevados e que não haverá retrocesso em termos do nível de risco. De acordo com Leite, a bandeira preta permanece em todo o mês de março e possivelmente na primeira semana de abril.
Ainda assim, o governador pretende manter a posição de retorno da cogestão. Neste sábado completa 21 dias de suspensão do modelo compartilhado. Mesmo que haja algum abrandamento, o Estado pretende tornar os protocolos da bandeira vermelha mais restritivos.
A expectativa de líderes empresariais do Vale é a permissão de funcionamento dos estabelecimentos mesmo em bandeira preta, mesmo com mais restrições em termos de atendimento pessoal e acesso dos clientes aos estabelecimentos.
