Pandemia instiga pequenos negócios

Empreender

Pandemia instiga pequenos negócios

Sem fachada, de forma artesanal e por meio das redes sociais. Empreendedor é, ao mesmo tempo, quem recebe encomendas, produz e faz as entregas

Pandemia instiga pequenos negócios
Cecília iniciou a venda de produtos veganos congelados (Foto: Arquivo Pessoal)
Vale do Taquari

Uma página bem organizada nas redes sociais, um número de WhatsApp e um cantinho reservado da casa são as principais ferramentas para o trabalho dos pequenos empreendedores. Muitos deles não possuem um registro formal, muito menos fachada, e outros dão o primeiro passo para a criação de uma empresa consolidada. O que se nota é um fortalecimento desse modelo de negócio, onde o empreendedor é, ao mesmo tempo, quem recebe encomendas, produz e faz as entregas.

No apartamento de Cecília de Oliveira, 27, é assim. Desde 2019 ela vende alimentos veganos congelados, como pizzas e lasanhas com a marca Plantò Cozinha Vegana. Ela já trabalhou em outras áreas, mas encontrou na culinária uma oportunidade de empreender e fazer o que gosta.

“Quando eu morava em Porto Alegre eu conheci o veganismo. Então, quando voltei para Lajeado, eu tinha que cozinhar todo dia e vi oportunidade nesse mercado”, explica Cecília. A pandemia também intensificou a proposta, já que ela parou de trabalhar fora no período.

Depois de organizar as encomendas, já coloca o avental e vai para a cozinha. É também Cecília quem entra em contato com os fornecedores. Quando os produtos estão prontos, faz as fotos para as redes sociais e também as embalagens.

As encomendas são feitas pelo WhatsApp ou pela página no Instagram @oiplanto e os clientes vão até a casa dela no bairro Florestal para retirar os pedidos. A ideia é que daqui um tempo possa realizar as entregas de bicicleta e, mais tarde, abrir um espaço próprio para as produções.

Um ateliê dentro de casa

A estudante de letras Isamara de Oliveira, 26, também aproveitou a pandemia para começar um negócio nos mesmos modelos. Interessada pela arte, ela gostava da prática do macramê e decidiu vender os produtos feitos de forma artesanal.

A porta de entrada do seu trabalho são as redes sociais através do perfil @lacosentre.nos. É por lá que ele recebe encomendas, se relaciona com os os clientes e combina a entrega dos produtos.

Isamara se divide entre trabalho na escola e produção de ‘macramê’ (Foto: Arquivo Pessoal)

Isamara transformou um cantinho da casa em um ateliê onde confecciona os macramês. “É um trabalho gratificante porque eu gosto muito de artes, de criar, de trabalhar com cores. Eu trabalho em um ambiente aberto, onde me sinto bem e que me satisfaz”, conta. Com o trabalho em uma das escolas do município, esse modelo de negócio permite uma flexibilidade na produção. Daqui há algum tempo, a ideia é ter um ateliê próprio para o artesanato.

Sacolés Gourmet

“Atualmente me divido em mil para vencer as demandas, sou eu quem atendo o cliente, produzo material de divulgação para o Instagram, tiro as fotografias dos sacolés, faço o balancete financeiro e, o mais importante: eu que produzo os Dulcitos”. Esse é o nome dado aos sacolés artesanais produzidos pela estudante de direito Jéssica Thaís Herrera, 22, desde dezembro do ano passado.

Ela viu no ramo uma oportunidade de complementar a renda do estágio onde trabalha em Porto Alegre. A produção é feita na cozinha de casa e, quando a produção é intensa, a família costuma ajudar na produção e entrega em Lajeado. Mas na maior parte do tempo, os sacolés são feitos unicamente por Jéssica.

Jéssica criou a marca Dulcitos e vende sacolés artesanais (Foto: Arquivo Pessoal)

Ela programa os dias para que a produção se concentre aos fins de semanas, quando está livre do estágio e das aulas da faculdade. Mas apesar da organização, todos os dias há compromissos, seja na verificação de estoque ou produção de material midiático.

Quando os clientes recebem o produto, costumam marcar o @dulcitos nas redes sociais. Dessa forma, o trabalho de Jéssica é divulgado e é por meio dessas ações que ela capta clientes. “Além disso, tenho parceria com influencers da região, o que amplia ainda mais minha clientela”, comenta. Essa é outra característica desse modelo de negócio que está na palma da mão: nas redes sociais e no celular.

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