A partir da próxima segunda-feira, 22, a cogestão pode voltar a ser aplicada no sistema de distanciamento controlado. Ou seja, as regiões poderão adotar medidas mais flexíveis que a bandeira final em que forem classificadas, mas não menos flexíveis que a bandeira imediatamente inferior. Caso isso se confirme, o comércio não essencial é um dos serviços que poderá voltar a atender o público presencialmente.
Preparando-se para essa retomada, CDL, Sindilojas e Acil se reuniram na tarde de ontem, 17, com o governo de Lajeado, representado pelo prefeito Marcelo Caumo e pelo secretário de desenvolvimento econômico, André Bücker. O encontro foi para entidades e poder público acertarem questões referentes à possibilidade de abertura do comércio.
“Pedimos alguns ajustes, como a não cobrança de juros de alvarás daqueles que ainda não foram quitados, nem do IPTU. E o município acatou, estão já se movimentando nesse sentido”, comenta o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Lajeado, Aquiles Mallmann.
Na visão de Mallmann, se cogestão se confirmar, retomada é uma vitória para os lojistas, que defendem que o comércio não é propagador do vírus. Segundo ele, três semanas é o limite para o comércio ficar fechado e sem atendimento presencial ao público, principalmente para os pequenos e médios comerciantes.
“Um exemplo: quando você segura a respiração e pula na piscina, tem um momento em que tem que sair pra respirar de novo. E é isso que está acontecendo com o nosso comércio. Nosso ‘oxigênio’ acabou. Esperamos que a cogestão se concretize e que estejamos abertos na segunda-feira, prontos para faturar”.
Sexta-feira santa
Uma das preocupações do Sindilojas, apresentada na reunião, é a chegada da Páscoa. De acordo com o presidente, Francisco Weimer, a entidade deve negociar com o Sindicomerciários a liberação do atendimento no feriado da sexta-feira santa.
“Se a cogestão se confirmar e seguir as informações que temos até agora, que nos finais de semana não poderemos abrir o comércio não-essencial, vamos encaminhar uma solicitação de liberação para abrirmos na sexta-feira. Se ficarmos fechados durante todo o feriado, vamos ser muito prejudicados”, comenta o presidente.
Ainda de acordo com Weimer, clientes tendem a deixar as compras para a última hora. Além disso, Sindilojas pediu que a administração pública alertasse o governo do Estado sobre a data, solicitando flexibilização somente nesse dia para ajudar setor na recuperação.
Posicionamento do Estado
De acordo com o governador Eduardo Leite, o retorno da cogestão regional ainda não está confirmado. O Estado analisa indicadores como a taxa de transmissão do vírus, disponibilidade de leitos, demanda hospitalar e número de óbitos, que precisam apresentar melhora para retomada do sistema.
“Se confirmarmos esse movimento, poderemos avaliar a retomada da cogestão, mantendo medidas extraordinárias de restrição, como a suspensão geral de atividades entre 20h e 5h aos finais de semana e intensa fiscalização contra aglomerações”, destacou Leite.
O retorno da cogestão regional ainda será debatido em reunião do Gabinete de Crise, prevista para hoje, 18, e em reunião com a Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) e com representantes de associações regionais, que deve ocorrer na tarde de amanhã, sexta-feira, 19.
O que deve mudar com a volta da cogestão:
- Comércio não essencial somente de segunda a sexta-feira, até as 20h (entrada até 19h)
- Restaurantes, bares e lanchonetes sem restrição de dias, até 17h (entrada até 16h)
- Hotéis e alojamentos com lotação máxima de 50% com selo turismo responsável e 30% sem o selo
- Manutenção da vedação da cogestão na educação
- Adequações nos protocolos para demais atividades seguem em análise
Mantida a restrição de atividades à noite
- Restrição de atividades todos os dias entre 20h e 5h mantida até 30 de março
- Restrição de atividades nos finais de semana entre 20h e 5h no mês de abril (sexta, sábado e domingo)