O primeiro dia com a liberação parcial da ponte sobre o Arroio Boa Vista apresentou um novo gargalo para os condutores que circulam pela BR-386. Quem precisou fazer o trajeto de Lajeado até Estrela nesta terça-feira, 16, se viu novamente diante de um teste à paciência, com uma grande fila de veículos em constante “para e arranca”. Um trecho de pouco menos de 2,5 quilômetros, que em condições normais é feito em cerca de três minutos, foi percorrido pela reportagem em 40 minutos.
As avaliações preliminares da CCR ViaSul indicam seis meses de indisponibilidade da ponte velha, onde ocorreu a explosão de um caminhão no último sábado, 13. Desde segunda-feira, 15, o aumento substancial do trânsito na rodovia trouxe a percepção de que o problema iria muito além de uma questão estrutural na via. Os condutores que acessavam a BR-386 encontravam uma situação atípica, onde um grande volume de motocicletas, carros e caminhões não conseguiam avançar.
Contexto semelhante era encontrado na rua Bento Rosa, outro acesso importante para quem sai da área central de Lajeado, com fluxo que se movimentava de forma lenta em direção à chamada ponte seca, formando assim mais um gargalo no trânsito lajeadense. As sugestões de rotas alternativas, sobretudo para veículos pesados, foram desconsideradas por muitos motoristas, a maioria deles no sentido interior/capital.
Ao chegar no trecho parcialmente liberado para veículos leves, a necessidade de efetuar o retorno em direção a ERS-129 aumentava a lentidão. Em muitos casos, caminhões de grande porte que precisavam manobrar de forma mais demorada trancavam totalmente o fluxo dos veículos que podiam seguir livremente.
Uma avaliação dos motivos para o aumento da lentidão foi feita pelo gerente de atendimento da CCR ViaSul, Diogo Stiebler. “No local pudemos monitorar que os motoristas estavam se familiarizando com o novo trajeto. Houve também uma certa curiosidade, o que acabou gerando lentidões nas aproximações do desvio. Entendemos que ao longo dessa semana isso deva ser minimizado”, explicou.
Questionado sobre a perspectiva de um período maior com esse problema logístico, o chefe da Polícia Rodoviária Federal (PRF) de Lajeado, Paulo Reni da Silva, foi realista. “A expectativa não é boa. Antes da normalidade, que seria a condição de fluidez das duas pontes, a tendência é que tenhamos tranqueira mesmo.
A BR-386 em pista simples não comporta a quantidade de veículos que temos entre Lajeado e Estrela”.