O que a região precisa para ter nova travessia

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O que a região precisa para ter nova travessia

Opiniões abordadas em debate na Rádio A Hora apontam para a necessidade da construção de uma nova ponte sobre o rio, com união de esforços por meio de um projeto macrorregional

O que a região precisa para ter nova travessia
(Foto: Aldo Lopes)
Vale do Taquari

A interdição da ponte sobre o Arroio Boa Vista, provocada pela explosão de um caminhão-tanque, trouxe à tona a dependência extrema da região a um único modal de transporte, o rodoviário. O trânsito na BR-386, no local do acidente, foi parcialmente liberado na manhã de terça-feira, 16, para veículos leves, mas serão necessários até seis meses para a reconstrução da estrutura danificada.

Até lá, congestionamentos serão frequentes na rodovia. Mas o que fazer para resolver o gargalo? Ideias e sugestões foram apresentadas e debatidas ontem pela manhã, no programa Frente & Verso, na Rádio A Hora 102,9.

“Quando recebi a comitiva da Acil, eram quatro pessoas. Cada uma com propostas diferentes para localização da nova ponte” – Marcelo Caumo, prefeito de Lajeado

Participaram do debate o prefeito de Lajeado, Marcelo Caumo, o presidente da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços do Vale do Taquari (CIC-VT), Ivandro da Rosa, o empresário Nilto Scapin e o presidente da Camaralog, Paulo Menzel. As opiniões emitidas apontam para a construção de uma nova ponte, por meio de um projeto macrorregional.

Propostas diferentes

A construção de uma nova ponte sobre o rio Taquari voltou à tona após uma comitiva da Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Acil) encaminhar a Caumo o projeto de construção de uma nova ponte, que integre anel rodoviário, contornando as áreas urbanas de Lajeado e Estrela.

Chamou a atenção de Caumo a entrega de projetos diferentes, o que reforça a importância da convergência nas ações . “A comitiva tinha quatro pessoas. Cada uma com propostas diferentes para a localização da ponte. Não é uma discussão simples. Temos que ter pessoas capacitadas para nos apresentar a melhor solução”, afirma.

“ As lideranças regionais precisam se unir em torno do projeto, ir atrás de recursos (…) Mas primeiro tem que querer e, segundo, fazer um bom projeto” – Nilto Scapin, empresário

Scapin considera a construção de uma nova ponte “urgente e necessária” e defende a união de esforços para garantir a viabilização do projeto. “As lideranças regionais precisam se unir em torno do projeto, ir atrás de recursos federais, estaduais, municipais. Mas primeiro tem que querer e, segundo, fazer um bom projeto”, salienta.

Menzel considera positiva a discussão, mesmo que só tenha sido retomada devido ao acidente de sábado. Para ele, é necessária a elaboração de projeto logístico amplo e macrorregional. “Ele precisa apontar soluções para que o custo logístico seja menor. Está quatro vezes do que deveria, e isso impacta fortemente a economia”, opina.

Consórcio

Marcelo Caumo citou o exemplo de uma iniciativa realizada por seis municípios como um caminho a ser tomado para a definição de um projeto para a construção da nova travessia sobre o Taquari. Para ele, é necessária a criação de um consórcio, reunindo os entes interessados.

“Quando as empresas buscam objetivo em comum, fazem um consórcio. Se buscarmos quem tem mais interesse nesse fim específico, agregando parceiros estratégicos, entendo que conseguiremos soluções mais rápidas e objetivas”, avalia.

“ Temos que buscar convergência nos municípios, nas entidades regionais. Senão, vamos voltar ao passado, onde cada um puxava para um lado” – Ivandro da Rosa, presidente da CIC-VT

A ideia foi apoiada por Ivandro, que considera a união de esforços essencial, sobretudo daqueles que estarão diretamente envolvidos. “Essa segunda ligação física representa muito para o PIB da região. E essa é a lógica. Temos que buscar convergência nos municípios, nas entidades regionais. Se não, vamos voltar ao passado, onde cada um puxava para um lado”, observa.

Infraestrutura

Para Menzel, é importante que o projeto devolva a competitividade ao sistema econômico regional e reforça que não há espaço para cometer erros “As empresas estão gastando demais para movimentar suas mercadorias, insumos. É como o cupim que vai comendo a madeira. Todo ano esse alto custo vai comendo um pouco do lucro, que já é pequeno”, opina.

“(…) É como o cupim que vai comendo a madeira. Todo ano esse alto custo come um pouco do lucro
das empresas, que já é pequeno” – Paulo Menzel, presidente da Camaralog

Ivandro lembrou que haverá uma reunião regional virtual da Federasul na próxima semana, pautando justamente a questão da infraestrutura, e que o assunto será abordado com maior destaque. “Falaremos também do Porto, da concessão das ERS, da energia elétrica. São temas regionais e que precisamos, como região, nos unir em torno dessas pautas”, ressalta.

Scapin usou lembranças do passado para reforçar a necessidade de investimentos em infraestrutura. “Me lembro quando interditaram a ponte da outra vez, na década de 90, eu não dormi. Aluguei uma balsa para atravessar carros e caminhões, quando o movimento era pequeno. Imagina hoje, que o fluxo é bem maior”, recorda.

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