Em menos de três semanas, é domingo de Páscoa. No dia 4 de abril, presentes vão ser trocados entre amigos e familiares. E o produto mais lembrado costuma ser o ovo de chocolate. De diferentes tamanhos e sabores, eles chamam a atenção nos supermercados. Mas devido à pandemia, a expectativa do setor para as vendas não é das melhores.
Até a terça-feira, 15, o Supermercado STR, de Lajeado, havia vendido cerca de 10% dos ovos adquiridos das indústrias. De acordo com o gerente de compras, Hans Röhsig, historicamente a venda da Páscoa acontece nos cinco dias antes da data.
“Estamos passando por um período de muitas incertezas. E estas incertezas fazem com que as pessoas não gastem se não houver realmente uma necessidade. Não se sabe como vai ser o dia de amanhã, até quando vai a pandemia. Por isso vale a pena guardar um dinheiro para o futuro”, contextualiza Röhsig.
O comprador de produtos da categoria de chocolate do supermercado, Angelito Porto, complementa com o fato de que o consumidor já se acostumou a comprar “em cima da hora”.
“Eles sabem que talvez encontrem alguma promoção nos dias mais próximos da data”.
Ainda segundo Porto, as indústrias fabricantes de ovos de chocolate também tiveram que se adaptar. Muitas empresas reduziram os números na produção. As nacionais, por exemplo, chegaram a uma redução de até 23%.
“Mesmo se quiséssemos colocar um volume maior à disposição do consumidor, não teríamos disponibilidade de produtos”, comenta.
Outro ponto destacado por Röhsig é a maneira como é feita a negociação entre o supermercado e os fornecedores: uma parceria consignada.
“Ou seja, a empresa que nos fornece os ovos de páscoa tem a responsabilidade de ajudar na venda desses produtos. Aqueles itens que sobram, eles precisam nos apresentar alguma proposta para colocarmos na rua. Isso pode ser a partir da redução de preços, promoções como ‘pague um, leve dois’… Assim nos garantimos quanto à isso”.
E o preço?
Os produtos das grandes indústrias não tiveram aumento significativo nos preços. Mas as menores, sim. Como é o caso dos chocolates artesanais, por exemplo. Porém, de acordo com Porto, as indústrias fabricantes adotaram outra alternativa.
“Às vezes o preço não sofre grandes alterações, mas o produto pode ter uma redução de alguns gramas. Então isso não deixa de ser um aumento. O consumidor paga o mesmo valor por uma gramagem um pouco menor. E muitas indústrias apostaram nisso nessa Páscoa.”
Outras opções
Quem não quiser desembolsar o valor para comprar um ovo de chocolate tem também outras opções. Barras de chocolate, caixas de bombom, ou cestas. Röhsig explica que o que importa para o supermercado é a venda da categoria, que abrange também esses produtos similares.
“Se o cliente tem uma família grande, vai ter que comprar um ovo para cada sobrinho e afilhado? Isso se torna caro. Então, ao invés de dar um ovo, que custa mais, pode comprar outro presente de menor preço”.