Chegar aos 50 anos representa uma mudança importante para as mulheres, no que se refere às questões hormonais. Nesta faixa etária, muitas entram no período da menopausa e passam a encarar alguns desafios com o seu organismo. Para reduzir os sintomas, a grande aposta é a reposição hormonal. Porém, a alternativa não é indicada a todas as mulheres, principalmente aquelas acometidas pelo câncer.
De acordo com a médica mastologista, Angela Parizotto, a menopausa é o período em que a mulher, após sua vida reprodutiva, reduz a produção de ovários e interrompe seu período fértil. “Próximo a menopausa ocorre o climatério, quando se tem os famosos calores repentinos (fogachos) e mudanças de humor”, explica.
Neste ciclo também ocorre a redução da elasticidade da pele, aceleração do processo de envelhecimento, secura vaginal e redução da libido. Sintomas que incomodam muitas mulheres e tem como alternativa a reposição hormonal.
“Havia uma época em que era obrigatório fazer a reposição. Tempo depois, ela passou a ser temida e hoje é avaliada conforme cada caso”, destaca a médica ginecologista, Maria Goretti. Segundo a médica, não basta apenas ter o desejo de usar o método, é preciso analisar a saúde de cada pessoa. “Há mulheres que não podem usar, não é adequado”.
De modo geral, não há um limite de idade para utilizar os hormônios, mas a recomendação é que o processo permaneça por apenas cinco anos. “Qualquer medicamento ou reposição em excesso tem suas consequências. Tenho pacientes que usam há mais de 10 anos, mas é preciso entender que isso é uma opção e responsabilidade da pessoa”.
Reposição x Câncer
Ainda que ofereça inúmeros benefícios às mulheres, a reposição hormonal precisa ser monitorada constantemente. Conforme Angela, falar sobre a prática é abordar também suas influências sobre o câncer de mama. “A exposição prolongada aos hormônios pode sim criar no tecido mamário uma proliferação celular que terá um papel importante no desenvolvimento do câncer”.
Além disso, é preciso atentar a outras comorbidades e doenças que fazem parte do contexto da paciente. “Para mulheres que já tiveram algum tumor na mama, a gente contraindica o uso da reposição hormonal”.
Ainda que não se tenha a certeza da relação do desenvolvimento de cânceres com o uso de anticoncepcionais ou hormônios, pois o desenvolvimento de tumores é multifatorial, na prática, pacientes que já tiveram lesões mamárias, possuem alterações genéticas hereditárias ou fatores de risco não devem aderir ao método.
Confira mais informações sobre o assunto acessando o link. O assunto foi tema do painel Conversa Franca realizado no dia 10 de março, com a presença do médico oncologista Hugo Schünemann e das médicas Angela Parizotto e Maria Goretti.