A pandemia da covid-19 afetou os mais diversos setores da economia. Muitos tiveram um 2020 de retração e quedas, e o começo de 2021 também não parece animador em meio a uma nova onda da doença, com aumento no número de contágios e óbitos. Mas há quem tenha fechado o ano passado em crescimento e com boas expectativas para os próximos meses.
O setor de seguros, entre janeiro e setembro do ano passado, teve um aumento de 11,7% em relação ao mesmo período de 2019 no país, segundo dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep). Ao todo, foram R$ 14,6 bilhões em receitas para o setor, que já experimentava um crescimento acentuado nos últimos anos.
Uma outra pesquisa, da Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg) reforça que o setor segue em alta, sobretudo quando comparado com a indústria e os serviços, que tiveram baixas consideráveis em 2020. O documento “Conjuntura CNSeg” aponta que a redução dos impactos sobre o setor segurador nacional foi gradual, indicando que a pandemia despertou maior sentido de aversão a riscos para a sociedade como um todo.
Este momento positivo e de boas projeções para o setor se percebe entre as seguradoras sediadas no Vale do Taquari. “É um setor que cresceu mesmo na adversidade, ainda que seja um crescimento menor na comparação com os últimos anos”, ressalta o gerente administrativo da Poolseg, Josenei Antônio Magalski.
Conforme Magalski, as pessoas estão se voltando a fazer sua própria previdência, não deixando a garantia apenas por parte do governo. “Elas estão vendo a importância disso, à medida em que se aposentar está ficando mais complicado”, observa.
Projeção positiva
Na análise de Airton Paulo Bernhard, que atua no ramo há 30 anos, houve um avanço no setor, sobretudo por ter se tornado mais acessível aos clientes. “As companhias agora fazem seguros em 10, 12 vezes, coisa que não existia antes. Foram criados mecanismos que facilitaram a efetivação destes”, salienta.
Para Bernhard, o mercado de seguros está aquecido porque, com os recursos disponibilizados no ano passado de benefícios como o auxílio emergencial e o saque do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), havia mais dinheiro circulando. “Isso fez a economia girar, por incrível que pareça”, afirma.
Ainda, conforme o empresário, há uma boa projeção de mercado para os próximos meses, com a renovação dos contratos de seguro já existentes. “A expectativa é de um crescimento estimado de 8 a 12%, alavancado por novas modalidades de seguro que estão se abrindo no mercado”, acredita.
Tendências
Conforme Magalski, 2021 teve um começo promissor, sobretudo pela volta às aulas, com as escolas adquirindo novos seguros. Com o cancelamento forçado pela bandeira preta, porém, volta à tona o seguro residencial, que foi uma tendência do ano anterior.
“As pessoas estão inseguras. E, na medida em que elas ficam inseguras, cresce a possibilidade de vender um seguro residencial. São detalhes importantes de serem observados”, destaca, lembrando que a residência, com a pandemia, deixou de ser apenas uma moradia, servindo também como espaço de home office e ensino remoto.
Outro seguro que ganhou espaço, segundo os empresários do setor, é o de fiança locatícia, que, na prática, substitui o papel do fiador em ocasiões de fechamento de contratos de aluguel de imóveis. “É o ramo que mais cresce, na faixa de 60%. O inquilino paga esse seguro para a companhia e ela garante que, se ele não pagar o aluguel, ela cobre para o proprietário do imóvel”, pontua Magalski.
Bernhard lembra que também está em alta o seguro de cargas, que se tornou obrigatório em 2016. “Ele é controlado pela ANTT (Agência Nacional dos Transportes Terrestres) e cresceu muito sua utilização”.
MODALIDADES MAIS COMUNS DE SEGURO
• Seguro saúde
• Seguro para frota
• Seguro de automóvel
• Seguro de vida
• Seguro residencial
• Seguro viagem