“É muito duro escutar de uma mãe que ela não terá a refeição seguinte”

SOLIDARIEDADE

“É muito duro escutar de uma mãe que ela não terá a refeição seguinte”

Assistente social do movimento MoveMães, Daiana Corbellini, participou da programação da Rádio A Hora e explicou o projeto social que arrecada doações para mães e crianças em situação de vulnerabilidade

“É muito duro escutar de uma mãe que ela não terá a refeição seguinte”
(Foto: Reprodução)

O programa Frente e Verso, da Rádio A Hora 102.9, conversou na manhã desta sexta-feira, 12, com a assistente social do MoveMães, Daiana Corbellini. O projeto, que auxilia mães e crianças em situação de vulnerabilidade social, trabalha para arrecadar doações e construir uma sede.

O MoveMães é um movimento voluntário que existe desde 2019, em Lajeado, e surgiu através de um grupo de amigas que se juntaram para auxiliar famílias com dificuldades. Daiana explica que todas já possuíam algum tipo de vínculo com as famílias atendidas pela Secretaria de Assistência Social do município e que participavam de outros projetos sociais. “Mapeamos as mães e chamamos para participar. Escutamos suas demandas. Auxiliamos na parte de acolhimento dessas mulheres, em orientações e outros encaminhamentos”, aponta.

O grupo é formado por diversas profissionais como assistentes sociais, psicóloga, arquiteta e empresárias. Mais de 200 famílias estão registradas atualmente no projeto, entre mães, gestantes e crianças. Conforme a voluntária, o movimento faz parte da Rede de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher de Lajeado e, com isso, o trabalho se torna mais sólido. “Participando dessa rede de enfrentamento, conseguimos uma comunicação mais facilitada”, aponta.

Segundo a assistente social, as mulheres em situação de vulnerabilidade possuem dificuldade em se inserir no mercado de trabalho, em ter vagas nas redes públicas de educação e em conseguir turno integral para os filhos. “São pessoas que vêm de outros municípios e que não têm companheiros. Além disso, possuem baixa escolaridade”, comenta.

A pandemia agravou ainda mais a pobreza extrema e a garantia da alimentação é a principal demanda do MoveMães. “Para nós que somos privilegiados e temos refeições todos os dias, é muito duro escutar de uma mãe que ela não terá a refeição seguinte. A gente sofre bastante, mas colocamos a mão na massa e vamos atrás”, salienta.

Conforme Daiana, o movimento tem dificuldade em viabilizar recursos, pois não existe oferta para captação. Para ela, o projeto se torna engessado sem doações. Por isso, é necessário ajuda da comunidade, de empresas e de órgãos públicos.

O MoveMães também trabalha na construção de uma sede, que deve ficar pronta até o final deste ano. “A Associação dos Moradores do Bairro Santo Antônio doou um pedaço de terreno para a gente. Será construída uma sede para a associação e para o movimento, ao lado do ginásio do Santo Antônio. Quem quiser ajuda, pode nos doar materiais de construção”, diz.

O projeto necessita de produtos de alimentação, higiene e limpeza, além de fraldas, que podem ser entregues na Big Help Informática, localizada na rua 11 de junho, na saída do Shopping Lajeado. O contato com as voluntárias pode ser feito pelo número de WhatsApp (51) 9 8286-6828.

 

Ouça a entrevista da assistente social do MoveMães, Daiana Corbellini, na íntegra:

Acompanhe
nossas
redes sociais