Se o Rio Grande do Sul experimentou uma redução nos dados de mortes em acidentes de trânsito, o mesmo não se pode dizer do Vale do Taquari. O ano da pandemia registrou um aumento de óbitos na comparação com 2019, segundo dados disponibilizados pelo Departamento de Trânsito do Rio Grande do Sul (DetranRS).
Ao todo, somando os números dos 38 municípios da região, 81 pessoas perderam a vida em acidentes ocorridos nas rodovias federais, estaduais e em estradas municipais. Houve um aumento de 6,58% em relação a 2019, quando foram registrados 76 óbitos no trânsito.
Chama a atenção o total de óbitos ocorridos em Taquari, município líder da lista na região: 12, sendo oito a mais do que no ano anterior. Destas mortes no trânsito, metade ocorreu numa colisão entre dois veículos, em fevereiro do ano passado, na RSC-287. Foi o acidente com o maior número de óbitos no Vale em 2020.
Logo na sequência aparece Lajeado, que registrou 11 mortes em acidentes em 2020, mais do que o dobro do ano anterior (5). Segundo os dados disponibilizados pelo DetranRS, foram quatro mortes no trecho urbano da BR-386, quatro em rodovias estaduais e três em estradas municipais.
Cidades sem óbitos
Dos 38 municípios da região, onze não registraram mortes no trânsito ao longo de 2020. Todos são de cidades cortadas por rodovias estaduais e municipais de menor tráfego de veículos. Algumas delas, como Boqueirão do Leão, Capitão, Nova Bréscia e Travesseiro já haviam tido desempenho semelhante em 2019, sem óbitos no trânsito.
Já entre os que tiveram redução no número de mortes, está Marques de Souza. Cortado pela BR-386, num trecho que será duplicado a partir deste ano, o município viu o total de óbitos em acidentes reduzir de nove – foi o recordista de 2019 no Vale – para três.
No RS
De acordo com dados do Detran, houve uma redução de 9,6% das mortes no trânsito em 2020 no Estado, quando comparado com 2019. A maior redução ocorreu no mês de abril, que teve 90 mortes em todo o RS, menor número mensal da série histórica iniciada em 2007.
Houve redução de mortes de pedestres (-24%), ciclistas (-21%), passageiros (-17%), condutores (-9%) e caronas de moto (-4%) em relação a 2019. Aumentou, entretanto, as vítimas que eram motociclistas (6%) e condutores de caminhão (7%).
“Motoboys e caminhoneiros foram as categorias que não pararam em nenhum momento na pandemia. Um estudo de 2019 detectou que um quarto dos motociclistas envolvidos em acidentes com morte não tinham habilitação. É preciso trazer essas pessoas, esses profissionais para a regularidade”, analisou o diretor geral do Detran, Ênio Bacci.
