Motoristas de vans escolares pedem alternativas

Na busca por alternativas

Motoristas de vans escolares pedem alternativas

Isenção do alvará para este ano e auxílio de políticas públicas para a categoria foram solicitadas ao Legislativo

Motoristas de vans escolares pedem alternativas
Motorista de Van faz 5 anos, Ione Prass cogitou a venda de seu veículo, que está ocioso em um estacionamento (Foto: Laura Mallmann)
Vale do Taquari

Após quase um ano de paralisação de aulas presenciais, o setor de transporte escolar segue sem poder trabalhar. Sem alunos para transportar ou políticas públicas para auxiliar no sustento, os profissionais buscam alternativas para gerar renda para manter as famílias e arcar com financiamento dos veículos.

Profissionais do setor pedem a isenção do alvará, que avalia e aprova o funcionamento por parte dos veículos transportadores, e medidas alternativas de trabalho autorizadas pela administração municipal.

Conforme a motorista e representante da Associação de Vans de Lajeado (Assovans), Mariluce Kraemer Karsburg, ao menos duas alternativas foram propostas: a dos micro-ônibus escolares auxiliarem o transporte coletivo do município e evitar aglomerações; e outra, de levar professores até a casa de alunos que tenham dificuldade no acesso a materiais. “Estas propostas não tiveram avanço até o momento”, explica.

Medidas do governo

O valor do alvará para empresas de transporte fica em torno de R$ 250. O pedido foi encaminhado para a Câmara de Vereadores, com a justificativa de que em 2020, as Vans ficaram inativas. Conforme o presidente do Legislativo, Isidoro Fornari Neto, foram encaminhadas duas propostas ao governo: uma para protelar o alvará deste ano, pois as vans não estão em uso. E a outra, apresentada pela base do governo junto com o vereador Eder Spohr, de estender o limite de uso do veículo de 15 para 17 anos. “Dessa forma, a inatividade de 2020 e possível de 2021 não afetaria nesta questão”.

Conforme o prefeito, Marcelo Caumo, as conversas para dar andamento nas propostas já foi iniciada, e deve seguir com a inclusão dos profissionais interessados nesta medida.

“Todo setor de transporte particular está parado”

De acordo com Mariluce, muitos colegas de setor abandonaram a profissão, pois não suportaram as dívidas. No início deste ano, com o retorno das aulas presenciais agendado, motoristas prepararam suas vans, adaptaram e trocaram pneus. “Era a nossa esperança, que foi novamente adiada. Fizemos novas dívidas e não temos previsão de retorno”, avalia.

Motorista de van escolar faz cinco anos, Ione Prass busca outras maneiras de conseguir renda. Cuida de crianças dos pais que ela atendia com o transporte e de alguns familiares. “Mas é um valor incerto. O desemprego também já atingiu os pais das crianças, o que afeta na nossa renda”, conta.

Ela e uma colega criaram a própria empresa em fevereiro do ano passado e adquiriram uma van nova, de R$ 170 mil. “Essa dívida temos com o banco. Algumas parcelas conseguimos postergar, mas precisa ser pago”, argumenta.

Ione cogitou a venda de seu veículo, mas também não encontra compradores. “Todo setor de transporte particular está parado, o que dificulta ainda mais o nosso cenários”, relata. A motorista tenta alugar seu apartamento no bairro Moinhos para ter um dinheiro a mais. “Se precisar, busco abrigo em um parente, mas preciso de renda.”

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