Ana Paula Weiss Becker, 34, vê na profissão um desafio. Faz cerca de 17 anos que trabalha com chapeação e desenvolveu um gosto especial por automóveis. Formada em pedagogia, também esteve nas salas de aula. Por cerca de 10 anos, no entanto, passou a se dedicar especialmente para a chapeação. Em 2019, voltou a ensinar e hoje se divide entre os dois empregos em Lajeado.
Ela aprendeu a chapeação com o marido e hoje entende de carros tanto quanto ele. Ana Paula também é responsável pelo escritório da empresa da família, mas gosta mesmo é de colocar a mão na massa.
“Nunca consigo ter as unhas pintadas, mas eu não me importo, o trabalho compensa. A gente não precisa estar sempre com as unhas feitas”, afirma. O que ela mais gosta é ver os carros prontos para os clientes. Ela acredita que, por ser mulher, cuida mais dos detalhes.
“Eu entendo que não tenho a mesma força que eles, mas não precisa ter força para desmontar um carro. Tem que ter jeito, e a mulher é mais caprichosa, presta atenção aos detalhes de entregar um carro limpo e manter o ambiente organizado”, acredita.
Mas percebe que o meio ainda é masculinizado e que poucas mulheres desempenham a profissão. Ana Paula lembra de um cliente que atendeu certa vez. Quando ela pegou as ferramentas e foi para debaixo do carro, ele se surpreendeu. “Ele ficou acompanhando o meu trabalho surpreso por eu ser mulher e entender do assunto”, lembra.
Como a família mora ao lado da oficina, os filhos acompanham os pais no trabalho de vez em quando. A filha de oito anos também se interessa pelos carros e a mãe acredita que ela vá gostar de desempenhar a atividade.
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