“No início tive bastante medo, justamente por ser mulher, porque ouvia que não daria conta, que isso é serviço pra homem, que não é lugar pra mulher”. Faz cerca de um ano que Caroline Hauschild, 33, integrou o Corpo de Bombeiros Voluntários (CBV) de Imigrante e Colinas. Hoje ela é a Comandante e conta que se voluntariou com a vontade de ajudar o próximo, principalmente quando iniciou a pandemia.
Seu sonho era ser médica e, apesar de não ter seguido a profissão, a cada toque do telefone de Emergência ou das sirenes, ela sente-se grata pelo trabalho. Ela conta que cada vez mais mulheres estão ingressando no meio, seja como voluntárias, civis ou militares. No CBV de Imigrante e Colinas, o grupo é composto, em sua maioria, por mulheres e elas também ocupam 80% da diretoria.
“Sinto uma gratidão enorme cada vez que saio com elas para uma ocorrência, porque sei o quanto batalham para estarem ali, tendo que cuidar da casa, filhos, maridos, problemas pessoais, são verdadeiras guerreiras”, acredita Carolina.
Ela diz ser comum ver o espanto das pessoas quando elas tiram o capacete e a roupa de combate. “Quando chegamos em uma ocorrência e as pessoas nos veem, a gente escuta as exclamações de surpresa: são mulheres. Mas acredito que estamos conquistando o nosso espaço por aqui”, conta.
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