A estabilidade no setor avícola incentiva novos produtores e a ampliação de plantéis. Em Sério, 16 aviários são construídos ou autorizados para o início das obras. No ano passado, seis novas estruturas foram concluídas.
Na propriedade da família Verruck, em Arroio Abelha, o investimento é de R$ 2,7 milhões para produção de ovos férteis. O produtor Jair Verruck, 45, deixou a cultura do tabaco e do setor leiteiro para apostar na avicultura.
“Nosso espaço é ideal às regras da produção de ovos férteis. Uma grande oportunidade para mudar de vida e projetar um futuro melhor à família”, comenta Verruck.
A liberação é feita pelo Ministério da Agricultura e determina uma distância mínima de 3 quilômetros de outras estruturas. “Estou há um ano em função da parte burocrática. São dois aviários e um prédio anexo para escritório, banheiros e sala de ovos. O acesso é restrito aos técnicos e trabalhadores do local. É determinada uma barreira sanitária”, explica o produtor.
Verruck pretende contratar funcionários para dar conta da demanda. “São necessárias 6 a 7 pessoas para o trabalho diário na granja. A família não dará conta sozinha”, relata. Serão alojadas 28 mil galinhas e 3 mil galos.
A produção diária será de 17 mil a 23 mil ovos. “A remuneração depende de nosso capricho. O valor mínimo será R$ 0,10 por ovo, podendo chegar a R$ 0,15”, revela. A movimentação financeira anual estimada é de R$ 700 mil.
Os ovos serão recolhidos na propriedade com intervalo de um dia. “O transporte é feito para incubatório da empresa Nicolini, na Serra Gaúcha”, explica Verruck. A empresa responsável pela montagem dos aviários está na reta final dos serviços e, posteriormente, ocorre a desinfecção para receber as aves.

Em Sério, Tiago Bergmann e a esposa, Eduarda Ruggeri, investem R$ 900 mil na implantação de novo aviário no sistema dark house
Incentivos
A produção primária é a esperança dos gestores municipais para o desenvolvimento dos pequenos municípios. O prefeito de Sério, Moisés de Freitas detalha os incentivos oferecidos aos agricultores que investem nas propriedades.
“Atualmente concedemos a terraplanagem para construção das estruturas, um investimento que varia entre R$ 100 mil e R$ 300 mil, além de um repasse direto ao produtor de R$ 10 mil por galpão. Para o próximo ano, queremos melhorar os programas de incentivo do setor primário”, explica Freitas.
Em Progresso, são nove aviários em construção e quatro chiqueirões. Conforme o secretário de Agricultura, Ronaldo Paloschi, o município também auxilia com a terraplanagem, gerando economia ao produtor na implantação das estruturas.
“O setor primário é responsável por 86% da arrecadação municipal. Destaque para o setor de aves que responde por 60% do valor adicionado”, comenta o secretário da Agricultura, de Progresso.
Ampliação
Na localidade de Sete de Setembro, interior de Sério, a família Bergmann investe R$ 900 mil para ampliação da produção de aves. “Atualmente alojamos 83 mil frangos de corte, vamos alojar mais 35 mil aves”, conta o produtor Tiago Bergmann, 31.
Entre as motivações para ampliar o plantel, está o retorno financeiro. “É um investimento que vale a pena. Fiquei para ajudar meus pais e hoje minha esposa também trabalha na propriedade. São duas famílias dependentes da produção de aves”, comenta Bergmann.
Este será o terceiro aviário no sistema dark house. “É um aviário que proporciona uma melhor qualidade de ambiente, facilita o trabalho, aloja mais aves por metro quadrado e tem um resultado rentável”, aponta o produtor.