Envelhecer faz parte do ciclo da vida. Porém, muitas mulheres ainda consideram o assunto um tabu.
Aceitar as rugas e os cabelos brancos pode ser difícil em uma sociedade que superestima a juventude e impõe regras de comportamento. A idade também exige cuidados especiais com o corpo, para que seja possível envelhecer com disposição.
Para a abrir o mês da mulher, o caderno Você convidou duas mulheres para contar os segredos de envelhecer com felicidade, autoestima e saúde.
“O objetivo é estar bem e feliz”
Mãe, microempresária e influenciadora digital. Esta é a vida de Isabete Rodrigues Soares, 50, de Lajeado. Para Bete, como é conhecida em seu perfil no Instagram, a melhor parte de envelhecer é o aprendizado reunido ao longo da vida.
“Quando você se decepciona, aprende a deixar para lá, não se estressa, só se afasta. Para mim, o objetivo é estar bem e feliz”
A ideia de produzir conteúdo para mulheres já existia há algum tempo, mas o foco era o Youtube, conta. Quando completou 50 anos, decidiu utilizar o perfil no Instagram para falar sobre moda, beleza e saúde com mulheres da mesma idade.
“Há poucos perfis voltados para nossa faixa etária na rede social. Então pensei: por que não? Costumo compartilhar situações do meu dia a dia e dicas que acho legais”.
Mãe de cinco filhos, Isabete aposta nos cuidados com a saúde para ter mais qualidade de vida e autoestima. As caminhadas fazem parte da rotina. “Mas o que realmente não me deixa envelhecer é meu filho, que tem 6 anos. Tenho que me puxar”, brinca.
Isabete conta que nunca sentiu pressão para manter a aparência jovem. Por isso, nunca realizou procedimentos estéticos.
Para ela, os 50 anos são de amor-próprio e aceitação. A beleza verdadeira é a que vem de dentro e o segredo para manter a autoestima em dia é aprender a se amar. “Vou me curtir assim velinha, do jeito que sou”, brinca.
“Não é estar jovem, é se sentir jovem”
Cristina Maria Martins Bender, 58, é natural de Porto Alegre, mas escolheu Lajeado como lar há alguns anos. “Quando me mudei, encontrei uma cultura muito diferente da minha. Minha família achava que eu não aguentaria, mas a minha adaptabilidade e interesse em aprender foram essenciais para a transição”.
Além da mudança, outra grande realização foi abrir o próprio negócio, uma clínica médica, conta Cristina. Para ela, o mercado de trabalho é desafiador para as mulheres acima dos 50. É preciso criar oportunidades e se dedicar muito para evoluir e se enquadrar nas mudanças, acredita.
A empresária destaca que a saúde é um dos segredos para envelhecer bem, por isso, realiza exames preventivos com frequência e cuida da alimentação. Autoestima nunca faltou e o amor-próprio só cresceu com a idade, conta. “Fez aprimorar a minha vaidade. Tenho muitos cuidados com os cabelos e com o corpo. Gosto de moda e não dispenso um batom, mesmo para ficar em casa”.
Nos momentos mais difíceis, Cristina gosta de focar em pensamentos positivos. “Quando tenho algum problema para resolver, mas naquele momento não estou muito bem, deixo ‘no estacionamento’, ou seja, não resolvo na hora. Isso funciona muito bem, pois o problema se torna muito menor no momento em que estou tranquila para resolvê-lo”.
Para Cristina, passar dos 50 é um privilégio. “Não é estar jovem, é se sentir jovem”. A melhor parte é poder acompanhar a vida dos filhos, já graduados, e do sobrinho, que veio morar com a tia para cursar a graduação em Lajeado.
“Me considero uma mulher que continua na busca pelo crescimento espiritual. Sigo aprendendo com cada desafio. Para minhas pacientes, filhas, mães, amigas e, em especial, mulheres na linha de frente da pandemia, digo para que sigam em frente, com força e fé, pois estamos no lugar certo e nada em nossas vidas é por acaso”.