O pincel fica na mão direita e, com a outra, o designer Fernando Stoll, 39, segura a mistura de tintas. Quem passa pela Praça do Half, no Alto do Parque, pode ver a arte que ele vem criando faz cerca de um mês.
De forma voluntária, Stoll comprou materiais como tintas, corantes, sprays e pincéis, e decidiu colorir as rampas de skate do espaço público. A ideia surgiu quando o designer viu alguns desenhos antigos que já se apagavam na praça, e quis devolver vida ao lugar. “Pensei em fazer umas artes novas para deixá-la mais bonita”, conta.
Como vive em meio à arte faz cerca de 30 anos, ele tem facilidade para criar, mas se identifica especialmente com o desenho de plantas e animais. “Gosto deste estilo e tenho facilidade em criá-los. Por isso são desenhos exclusivos”, conta. Ele já havia pintado quadros e trabalha com a criação de desenhos e artes em camisetas, mas esta é a primeira vez que colore um lugar público.
Sempre que Fernando vai ao local para continuar a pintura, os moradores e frequentadores o recebem com elogios e perguntas sobre o trabalho dele. Até agora o designer já fez três pinturas nas rampas de skate e pretende ainda colorir outros lados da pista. Fernando vai deixar alguns dos desenhos mais antigos na praça, porque fazem parte da identidade do lugar. Mas suas criações são mais vivas e alegres.
“O sentimento é de satisfação de poder levar e mostrar minha arte para estes espaços”, conta.
Vida na arte
Morador do São Cristóvão, Fernando começou a desenhar ainda quando era menino. Com cerca de 10 anos viu que levava jeito com um lápis e papel e se destacava nos concursos de desenho da escola. “Sou apaixonado pela arte e é uma satisfação ver meus desenhos prontos”, conta.
Mais tarde, decidiu se especializar e formou-se em design. Nessa época, também começou a ensaiar algumas tatuagens e hoje mantém um estúdio na Avenida Benjamin Constant. Entre uma tatuagem e outra, Fernando costuma criar à mão livre. Seus desenhos servem de inspiração para os clientes e também como estampas de camisetas.
Ao longo dos anos, o designer aperfeiçoou sua técnica e passou também a pintar telas e paredes. O que ele mais gosta é a pintura com pincéis já que o traço se torna mais firme e definido.
“Hoje em dia busco novos caminhos para mostrar o meu trabalho. Como a arte urbana foge um pouco da minha área, resolvi tentar”, conta. Ele também diz que quer pintar outras áreas públicas da cidade, mas ainda não encontrou novos espaços onde desenhar.