“Não existe medicação eficaz para prevenir a infecção”

Covid-19

“Não existe medicação eficaz para prevenir a infecção”

A afirmação é do médico e chefe do serviço de Infectologia do Hospital São Lucas da Puc-RS (HSL), Fabiano Ramos, participou do programa A Hora Bom Dia

“Não existe medicação eficaz para prevenir a infecção”
Brasil

O médico e chefe do serviço de Infectologia do Hospital São Lucas da Puc-RS (HSL), Fabiano Ramos, participou do programa A Hora Bom Dia, desta quinta-feira, 4, para avaliar o agravamento da pandemia, a exaustão dos profissionais da saúde e as expectativas da vacina contra a covid-19. O médico também coordenou na instituição a pesquisa clínica da vacina Coronavac, produzida pela Sinovac em parceria com o Instituto Butantan.

Conforme Ramos, o cenário é o pior já enfrentado e o momento mais difícil da história da medicina. “Nós somos acostumados a trabalhar em hospitais lotados, mas esse é um momento diferente, onde uma única doença compromete todo o sistema de saúde. E, provoca a exaustão de médicos e trabalhadores”, avalia.

Para ele, só existe uma forma de frear o avanço do vírus: o distanciamento. “Uso de máscara e álcool gel são necessários e todos já sabem da sua importância. O distanciamento social ainda deve ser mais reforçado nos grupos de risco. Não existe medicação eficaz para prevenir a infecção”, reforça.

Kit precoce

Ramos explica que há evidências contrárias ao uso de várias medicações de maneira precoce, comprovando que não há benefício. “Temos conhecimentos que alguns destes remédios que causam malefícios em pacientes. O que se sabe é que cerca de 90% da população infectada vai se recuperar bem dos sintomas, porém precisa de acompanhamento”, avalia.

Conforme ele, a doença exige que os médicos acompanhem frequentemente os pacientes infectados e esse fator causa a exaustão e sobrecarga os hospitais. “Os pacientes deveriam ser examinados presencialmente. E, hoje, mesmo com os avanços da telemedicina, essa doença não permite acompanhamento online”, avalia

“Grande parte dos pacientes que chegam para atendimento hospitalar, já está tomando algum tipo de medicação, porém as medicações na pratica acabam não funcionando. Mesmo que os pacientes estejam tomando a medicação, eles precisam de acompanhamento médico para analisar o ponto de uma internação precoce”. Conforme o médico, existe sim, o uso de medicação corticóide para tratamento, porém, não deve ser usada de forma precoce. “O uso precisa ser no período correto, que depende de acompanhamento médico”, reforça.

Vacinas

O médico acredita que até o fim do ano grande parte da população será vacinada contra a covid-19. “O mais importante é vacinar. E a perspectiva avanço está na compra de novas doses e concretização de novas parcerias com laboratórios”, avalia.

De acordo com Ramos, o que se sabe é que com novas variantes, algumas vacinas podem perder porcentagens de eficácia. “Mesmo que, tenha redução de efetividade em laboratório, pode não se comprovar na população. Países como Israel e Inglaterra mostram que o número de casos graves está reduzindo e comprova a efetividade”, reforça.

Confira a entrevista na íntegra:

Acompanhe
nossas
redes sociais