O Vale do Taquari acerta em não ficar de braços cruzados. Ainda que novas doses estejam previstas para os próximos dias, o ritmo da distribuição é muito vagaroso e gera insegurança da população em relação àquilo que deveria ser a luz no fim do túnel.
Enquanto Lajeado tenta se inserir em um consórcio que começa a ser formado entre municípios da região metropolitana, a Amvat também se articula. São movimentos importantes diante da dificuldade da União em fazer avançar no compasso necessário o Plano de Imunização Nacional.
Ontem, o presidente da República sancionou, com vetos, a lei que autoriza o acesso de consórcios aos imunizantes, o que abre a possibilidade real de agilizar este processo tão aguardado. Tanto para salvar vidas e evitar o colapso do sistema de saúde, como para dar condições à retomada econômica, as vacinas são fundamentais.
Enquanto progride a conta-gotas, o país e o Rio Grande do Sul, em especial, agonizam sem leitos de UTI disponíveis e com muita dificuldade de achatar a curva de contágios. A situação saiu de controle e novas variantes ameaçam pessoas fora dos até então considerados grupos de risco.
Faixas etárias que antes pareciam estar imunes começam a disputar vagas nos hospitais. Tanto os grandes centros urbanos como as localidades isoladas do interior estão sob ameaça.
O Vale do Taquari sente na pele o pior momento da pandemia. Com todos os leitos para pacientes graves ocupados, já há pessoas na espera por vagas. Mesmo que o aumento do rigor das regras de distanciamento surta efeitos, os impactos na rede de saúde tendem a demorar pelo menos duas semanas a serem percebidos.
Os líderes locais precisam estar coesos nas demandas por vacinas à comunidade regional. A relação beligerante entre as autoridades em nível nacional não pode ser servir de exemplo para nossos municípios. O momento exige racionalidade e integração de forças para que seja possível a superação deste período tão turbulento.