O programa Frente e Verso da Rádio a Hora 102.9 desta segunda-feira, 22, repercutiu o aumento de preço do combustível nas refinarias. O consultor de empresas Fernando Röhsig destacou em seu comentário os motivos que fizeram o valor aumentar e as estratégias que poderiam ser utilizadas para reverter a situação.
Conforme o comentarista, a Petrobras está relacionada aos indicadores econômicos e financeiros do país, contribuindo com até 10% do PIB. “Quando a política interfere na economia, ela pode ser para o bem ou para o mal”, aponta.
Para ele, quando o presidente Jair Bolsonaro interfere na presidência do Conselho de Administração da companhia, pode criar problemas. “A Petrobras é uma empresa de economia mista, tem ações negociadas na bolsa aqui e em Nova Iorque, tem proprietários. Quem compra uma ação o faz porque acredita que terá investimento, espera que a companhia faça uma boa gestão e que tenha resultados”, explica.
Röhsig relembra que vários governos necessariamente interferiram na escolha do presidente da companhia. “Isso não é uma coisa ruim, é uma tentativa de diminuir o preço”.
Os fatores associados ao aumento do combustível é a inflação e o dólar. O consultor de empresas conta que a partir de 2018, durante a gestão do Pedro Parente, na Petrobras, foi definido que era necessário ter uma tabela de preço. Essa tabela leva em conta o preço do barril do petróleo no mercado internacional e a variação cambial (real x dólar). “Esse preço é aplicado pela companhia quando sai da refinaria e vai para a distribuidora, chegando no posto de combustível”, pontua.
Para o comentarista, não tem como mudar a política de cobrança da Petrobras porque existe investimento e investidores, que compraram ações por justamente a empresa ter essa política de preço. “O mercado não vai aprovar, haverá queda de ações e da bolsa. Bolsonaro está dando um tiro no pé porque ele não vai conseguir baixar o preço. Essa promessa é muito difícil de executar”, avalia.
Conforme Röhsig, é necessário ser mais estratégico, trabalhando ferramentas monetárias e macro dentro do Banco Central para estancar o problema que é o dólar. “O problema está no câmbio onde o dólar está valendo mais que o real, é preciso interferir nessa política monetária. Não vejo como baixar o preço do combustível a curto prazo”, salienta.
Confira o comentário de Fernando Röhsig na íntegra: