O novo prefeito de Taquari quer reaver um projeto audacioso. Ao lado dos prefeitos de Triunfo, Murilo Machado (MDB), e de General Câmara, Helton Barreto (PP), o taquariense André Brito (PDT) quer uma nova ponte sobre o Rio Taquari. Ou melhor, uma “nova velha” ponte. A ideia é constituir um consórcio entre as cidades para custear reformas e adaptações na centenária Ponte do Barreto, uma travessia ferroviária com mais de 350 metros de extensão e que hoje está sob responsabilidade da concessionária Rumo Logística. A ideia é criar uma ponte rodoferroviária!
A ponte ferroviária, de fato, é subaproveitada. E a proposta de unir ainda mais as regiões Carboníferas, Metropolitana e dos vales do Taquari e Rio Pardo é atraente. Ao conectar as rodovias federais BR 290 e 386, o investimento encurtaria a distância em mais de 60 quilômetros em relação ao atual traçado rodoviário, que hoje passa pela Capital, e ainda reduziria o tempo dos motoristas que optam pela travessia de balsa (inviável para cargas pesadas). Segundo Brito, o custo da obra de adequação gira em torno de R$ 30 milhões.
E não é um debate novo. Faz alguns anos, as administrações municipais sonham com uma forma de concretizar essa travessia rodoferroviária. Hoje, segundo especialistas, e de acordo com aspectos estruturais e geométricos, a Ponte do Barreto não reúne condições para a conversão direta do tráfego ferroviário para rodoviário. Entre as modificações, a estrutura carece de um tabuleiro (pavimentação rodoviária) e alargamentos do gabarito, o que acrescentaria muito peso à estrutura original, colocando em risco os usuários. Não é tarefa fácil. Mas não é impossível.
Nos últimos anos, gestores e Dnit já debateram algumas formas de custear a audaciosa e talvez inovadora obra. Entre as mais variadas propostas, destaque para um processo diferente de concessão pública. A ideia, debatida em 2018, era repassar à concessionária a responsabilidade pelos investimentos necessários à obra e, como contrapartida, a empresa posteriormente cobraria pedágio sobre a nova travessia, durante um determinado período pré acordado. Uma espécie de “pague antes e leve depois”. No mínimo, é instigante.
Humanização e segurança
Entre idas e vindas, e entre projetos protocolados e rejeitados, a Câmara de Lajeado precisou de dois anos e quatro meses para aprovar uma simplória matéria que dá a liberdade ao comerciante de instalar (ou não) os “parklets” em frente aos estabelecimentos. E como não poderia deixar de ser, a votação registrada nessa quarta tomou proporções dramáticas. A catarse foi grande e criativa. Alguns vereadores invocaram até questões sociais para “evitar a elitização dos parklets”. Outros estavam preocupados com a possibilidade de comércio sobre as estruturas. Sim, teve de tudo.
Mas o posicionamento mais preocupante partiu do vereador reeleito Marcos Schefer (MDB). Para ele, acreditem, os parklets geram insegurança. Na visão do emedebista reeleito com 1.182 votos, as simpáticas estruturas já difundidas mundo afora para humanizar e devolver vida às caóticas e turbulentas vias públicas podem gerar riscos aos empresários. Eis a sua conclusão. “Pode ter certeza que não vai faltar vagabundo que vai ficar ali sentado e cuidando todo o entra e sai da loja, e assim ele saberá quanto o empresário ganhou ou deixou de ganhar”.
É preocupante um vereador apresentar tal lógica em plenário e, pior, votar contra um projeto tão singelo baseado nessa conclusão. Ora, por essa lógica não podemos criar praças. Afinal, muitas áreas de lazer costumam ser frequentadas por “vagabundos”. É uma lógica limitada. A sociedade não pode ser privada dos bens públicos em função de uma minoria arruaceira. Aliás, foi isso que adoeceu a nossa Rua Júlio de Castilhos, onde a ausência de espaços para as pessoas gerou um clima de insegurança. Com a (re) humanização da via, os problemas tendem a diminuir. Acreditem!
Festas, exposições e pandemia
Não há consenso entre líderes regionais quando o assunto são as feiras. Ontem, a Associação Comercial e Industrial de Encantado (ACI-E) cancelou a Suinofest 2021. O evento realizado a cada dois anos estava programado para ocorrer em junho, no Parque João Batista Marchese. São dois motivos para a suspensão: a pandemia e o ritmo lento da vacinação. “não podemos colocar em risco a vida das pessoas”, avisa a presidente da ACI-E, Maria Cristina Castoldi. “Torcemos para que em 2022 a vida volte ao normal e possamos realizar uma grande Suinofest”, finaliza.
Faz algumas semanas, a comissão organizadora da tradicional Festa de Maio também optou pelo cancelamento, e reagendou o principal evento de Teutônia para 2022 (a feira já havia sido protelada em 2020). Já em Lajeado, a Associação Comercial e Industrial (Acil) bate o pé e confirma a realização da Expovale (foto) e da Construmóbil no segundo semestre. Hoje, mais de 75% dos espaços dos 350 espaços já foram comercializados.
Em Estrela, uma possível novidade. A realização da tradicional Multifeira está confirmada, e com possibilidade, inclusive, de uma readaptação regional do evento. Ontem, o presidente da Amvat e prefeito de Santa Clara do Sul, Paulo Kohlrausch, recebeu representantes da Câmara de Comércio, Indústria e Serviços de Estrela (Cacis), Governo de Estrela e do Núcleo Gestor da Estrela Multifeira. Na pauta, uma feira com a participação de outros municípios do Vale.
Duplicações e planilhas
De acordo com o presidente do Codevat, Luciano Moresco, o governo do estado desenvolveu uma planilha padrão para receber as informações referentes à concessão das rodovias gaúchas. No Vale do Taquari, são 12 municípios lindeiros com demandas. “O Codevat vai preencher uma planilha para cada município e formalizar a entrega ao Secretário Extraordinário de Parcerias do RS, Leonardo Busatto. Também vamos anexar os ofícios originais dos municípios, para dar total transparência ao procedimento.” Moresco já solicitou encontro com o secretário estadual para a próxima semana.