Gerou repercussão a notícia veiculada ontem no jornal A Hora sobre a suspensão das atividades da EMEI Criança Feliz, no bairro Campestre, em Lajeado.
Apesar dos elogios e críticas, a matéria trouxe estritamente o fato de uma instituição de ensino cancelar as aulas devido a casos de covid-19 entre os funcionários, sem gerar juízo de valor ou responsabilização de pessoas ou órgãos públicos sobre a situação.
É preciso reforçar que, em meio a uma pandemia, qualquer pessoa está sob risco de se contaminar, independente se adota os protocolos sanitários recomendados ou não. Ninguém e nenhuma organização, tanto da esfera pública como privada, está livre de ter casos de coronavírus. E não significa irresponsabilidade ou falta de cuidado, pois mesmo o seguimento rígido das recomendações das autoridades de saúde não garante a proteção plena contra o vírus.
No caso em específico, é importante enaltecer a pronta resposta do município e o acerto em suspender as atividades assim que foram constatados os casos. Não há nada de errado em cancelar as aulas. Pelo contrário, o equivocado seria manter o funcionamento pleno e ampliar os riscos de contágios entre funcionários, crianças e comunidade escolar como um todo.
À redação do A Hora chegaram informações de supostos ataques pessoais vivenciados por docentes após a publicação da reportagem. Em nenhum momento, o conteúdo veiculado sugere culpa por parte de servidores em contrair a doença. Se verídicos, os ataques consistem em acusações levianas, passíveis inclusive de judicialização, dependendo do teor das mensagens.
Em um contexto de crise sanitária, em que uma pandemia sem precedentes assombra a sociedade, somado a uma polarização política crescente, percebe-se que a intolerância e os ânimos estão cada vez mais exaltados, especialmente no que diz respeito ao ambiente das redes sociais.
Neste momento, a racionalidade deve se sobrepor às ilações e condenações descabidas, que em nada contribuem para a superação do período adverso que a sociedade atravessa. Vencer a pandemia exige união, seriedade e, sobretudo, senso de coletividade, uma vez que os atos individuais podem influenciar diretamente na saúde de quem está próximo.
