“Mal posso esperar para  o carnaval do ano que vem”

Abre aspas

“Mal posso esperar para o carnaval do ano que vem”

Dona Sinara Maria da Rocha, 75, está envolvida com a Escola de Samba Inhandava, de Bom Retiro do Sul, há quase quatro décadas. Ela é a responsável por costurar as fantasias de carnaval de quem desfila pelo grupo. Além disso, também coloca o pé na avenida e integra a ala das baianas.

“Mal posso esperar para  o carnaval do ano que vem”
Vale do Taquari

Desde quando o carnaval está presente na sua vida?

Logo que a Inhandava surgiu, na dé­cada de 80, eu estava envolvida. Meus quatro filhos faziam parte do bloco de carnaval e eu sempre trabalhei com eles, eu sempre estava junto. Eu ia para dar um apoio a eles. Mas acabei gostan­do do clima, e por isso fiquei na escola.

Como você começou a costu­rar as fantasias da Escola?

Eu costuro desde os meus 10 anos de idade e sigo costurando até hoje. Quando comecei a fazer parte da es­cola de samba, eu ajudava no que era preciso. Por isso vi que podia ajudar costurando as roupas e figurinos de quem participa dos desfiles de rua. Quem é mãe quer ver seus filhos feli­zes, com a roupa mais bonita e colori­da. Comecei assim, costurando para eles. E agora faço as fantasias de todo o grupo. Costuro na minha própria casa. É tudo feito por amor à Inhanda­va, não cobro nada. E às vezes também conto com a ajuda de outras voluntá­rias. Aqui todo mundo se ajuda. Às ve­zes minha casa fica uma bagunça, mas não tem problema nenhum, porque depois a gente limpa e organiza tudo. Esse trabalho é muito animador!

O que o carnaval significa para você?

Para mim é a época mais feliz que eu te­nho no ano. Me sinto mais nova. Me sinto rejuvenescida pulando carnaval. Nin­guém olha pra mim, ou me julga pela ida­de que eu tenho. E o mais importante de lembrar, é que o carnaval não se resume a apenas alguns dias… São meses de en­volvimento para que tudo saia perfeito no desfile. Me sinto muito feliz nessa época!

Neste ano de 2021, como é ficar sem o carnaval de rua?

Tenho muita saudade da folia. A vonta­de é que tudo isso termine logo, pra gen­te poder voltar pra rua. O carnaval é um alimento pra alma, estou sentindo muito a falta daquela rotina. Mas nem por isso deixamos o espírito da época acabar. De­coramos a prefeitura e lojas do comércio, onde estamos expondo algumas fotos da história da escola. O pessoal não para e eu vou junto, estou sempre junto. Nessa época você não sente cansaço, não sente nada… só quer se divertir.

O que você espera do carna­val do próximo ano?

Espero que a gente possa voltar a pular carnaval e fazer muita festa. Já estamos planejando o tema do desfile do ano que vem: as mulheres da comunidade, mu­lheres importantes, que marcaram a po­pulação. E a minha bisneta, a Laura, vai desfilar me representando. Ela tem dois anos e dança como um espetáculo, é a coisa mais linda. Mal posso esperar para o carnaval do ano que vem e ver a peque­na desfilando fantasiada de “bisa”.

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