A 16ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS), o Hospital Ouro Branco e o governo de Teutônia realizam mutirão para amenizar a espera nas filas de cirurgias eletivas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). As maiores demandas são para procedimentos vasculares, otorrinolaringologia e traumatologia.
O prefeito Celso Forneck e a vice-prefeita Aline Röhrig Kohl estiveram, na sexta-feira passada, 12, reunidos com dois parlamentares em Porto Alegre. Foram visitados o deputado federal Nereu Crispim (PSL) e o deputado estadual Dr. Thiago Duarte (DEM).
O governo municipal busca emendas para reforçar a estrutura do Hospital Ouro Branco. A casa de saúde, referência da região, deve atender a demanda de 930 cirurgias represadas em Teutônia, Paverama, Poço das Antas e Westfália.
Conforme o secretário de Saúde de Teutônia, Juliano Renato Körner, caso a verba seja conquistada, há condições da instituição do município realizar a maioria das cirurgias da fila. “Tem tudo para dar certo. O Hospital Ouro Branco será nossa referência. Nem se pensou em encaminhar pacientes para outro hospital até para valorizar o daqui”.
Digitalização da fila
Um dos primeiros passos para a mitigação das filas é a informatização e cadastro dos pacientes. O sistema de digitalização da empresa de tecnologia MV Soluções, também utilizado pela rede pública de saúde de Canoas, será implementado em Teutônia a partir de março. Com isso, pretende-se redesenhar o fluxo de atendimento.
A partir do cadastro no Sistema Único de Saúde (SUS), os pacientes poderão acessar o lugar da fila, por meio do Portal da Transparência. Para Körner, a organização da demanda de atendimento vai ser positiva às partes envolvidas. “É bom para os três: Hospital Ouro Branco, Secretária e pacientes. A gente visa a transparência total”.
A reestruturação também passa pelo atendimento presencial. No fim de semana passado, a equipe da pasta realizou um mutirão para melhorar a estrutura física na sede da Saúde de Teutônia. Funcionários pintaram as paredes da sala 23 do Centro Administrativo.
Mais de uma década na espera
A pandemia agravou o problema. O número de atendimentos, em 2020, foi muito baixo. Segundo o secretário Juliano Körner, a demanda é acumulada há mais de quatro anos. Existem casos, porém, de pessoas na fila por mais tempo.
É a situação de Zélia de Vargas Rodrigues, 47, que aguarda por uma cirurgia de hérnia desde 2009. A moradora do bairro Canabarro conta que tudo começou em 2008, quando realizou um procedimento de apendicite. O organismo não reagiu bem ao procedimento, parte do intestino ficou projetada por uma abertura anormal.
Durante o expediente, a operária do ramo calçadista teve uma complicação no órgão. “Estourou meu intestino e fizeram uma cirurgia de emergência, mas a hérnia ficou como estava”. Zélia relata que sente vergonha de ir no Pronto Atendimento, pois a presença no local é recorrente.
“Faz cinco anos, eu fui a Porto Alegre. Aí me falaram que tinha que fazer uma redução de estômago antes. Agora não me chamam nem para bariátrica nem para a cirurgia da hérnia. A principal que era para ter feito, eu não fiz”.